Google lança app de mensagens que usa inteligência artificial 

SÃO FRANCISCO, EUA. O Google lançou nesta semana o aplicativo de mensagens para smartphones Allo, com o qual espera conquistar, com funções de inteligência artificial, espaço em um mercado já saturado. Allo está disponível para os celulares com sistema Android e iOS (da Apple), informou o Google em seu blog oficial. Já pode ser baixado inclusive no Brasil. “O Google Allo pode ajudar vocês a antecipar, a encontrar informações, a expressar-se com mais facilidade em suas conversas. E quanto mais você utiliza, mais ele melhora com o tempo”, afirma a empresa.

A gigante norte-americana da internet destaca as funcionalidades inteligentes do aplicativo: propõe de maneira antecipada respostas a uma mensagem, em função do contexto e do estilo de conversa do usuário, por exemplo, se é adepto dos emojis. Também consegue reconhecer uma foto e propõe observações adaptadas.

O Allo permite ainda um acesso antecipado ao assistente virtual do Google (Google Assistant) para executar de maneira mais rápida algumas tarefas. Por exemplo, você está conversando com um amigo sobre seu desejo de aprender a fazer sushi, O assistente pode, então, no contexto da conversa, sugerir vídeos de “como fazer sushi”. Você não precisa mais sair do chat e abrir outro aplicativo para procurar um vídeo do YouTube para mandar para o amigo. É só pedir ao assistente, e continuar conversando. Você pode tanto se dirigir ao assistente “em particular” quanto digitar @google e “incluí-lo” numa conversa em grupo.

Além disso, como outros aplicativos de mensagens populares, permite modificar o tamanho dos emojis ou incluir “etiquetas” para personalizar as conversas.

O Allo foi apresentado em maio pelo Google, ao mesmo tempo que outro aplicativo de chamadas de vídeo para celulares, o Google Duo, que já funciona desde agosto. O Allo chega a um mercado com vários aplicativos de mensagens e terá que lutar para conquistar um espaço frente aos pesos pesados do setor como Snapchat ou WhatsApp e Messenger do Facebook. Ao apresentar sua versão mais recente do sistema iOS, o iOS 10, a Apple reforçou o seu próprio aplicativo de mensagens para tentar recuperar o terreno perdido para os rivais do setor.

Chat anônimo. “Nós levamos privacidade e segurança a sério no Allo”, escreveu o gerente de produto Amit Fulay, no blog do Google. Segundo ele, todos as conversas no Allo são encriptadas usando tecnologia padrão da indústria, como Transport Layer Security (TLS). Mas o Google, diz ele, foi um passo além e criou um modo de chat anônimo chamado Incognito. Quando você conversa no modo Incognito, as mensagens têm criptografia de ponta a ponta e mais privacidade, como notificações discretas e tempo para expirar.

Flash

Primeiros passos. Uma vez instalado, o Allo pede o seu número de telefone, endereço de e-mail, e que você faça uma selfie para completar o seu perfil, que se integra ao que você já tem no Google.

Segurança

“Não usem”, pede Snowden

“O que é #Allo? É um aplicativo do Google que grava todas as mensagens que você mandar e as coloca à disposição da polícia, caso ela peça”. É assim que Edward Snowden, o ex-técnico da CIA acusado de espionagem por vazar informações sigilosas de segurança e revelar alguns dos programas de vigilância adotados pelos Estados Unidos, vem falando do novo aplicativo de mensagens do Google.

Basta um teste rápido para entender que usar o Allo é como ter o Google em todas as suas conversas. Isso é lógico – afinal, como o assistente vai ajudar a encontrar imagens, vídeos e endereços se não tiver acesso às conversas? Mas é com o outro lado da moeda que o delator se preocupa.

O Google havia afirmado em maio que o serviço iria utilizar a criptografia de ponta a ponta. O método inviabiliza a quebra do sigilo das conversações enquanto os dados estão em trânsito.

A companhia também afirmou que não armazenaria os registros de conversações da plataforma, a mesma estratégia que o Facebook usa para o WhatsApp. Mas, de acordo com o site especializado The Verge, o Allo chegou ao mercado possibilitando que a desenvolvedora tenha acesso ao conteúdo das mensagens. Em teoria, apenas utilizando o modo anônimo é que o usuário conseguiria impedir que as mensagens fossem armazenadas em servidores do Google. (Da redação)