Material

Hasbro investe no 3D com peças exclusivas para colecionadores

Produtos são feitos de polímero plástico com textura similar ao arenito

Sáb, 02/08/14 - 03h00

Nova York, EUA. No futuro não muito distante, impressoras tridimensionais poderão dar qualquer coisa ao público, desde um novo guarda-roupa até carne e mesmo órgãos humanos. Ainda não chegamos lá, mas alguns grandes varejistas e marcas, ávidos por acompanhar o ritmo da tecnologia com capacidade de virar a mesa e gerar exposição, já começaram a explorar esse mundo tridimensional.
 

Uma das primeiras a fazer experiências é a Hasbro, que anunciou parceria com a empresa de impressão 3D Shapeways, para vender arte de fãs inspirada na sua antiga linha de brinquedos Meu Pequeno Pônei. “Andamos investigando a impressão tridimensional há um bom tempo”, declarou o diretor de marketing da Hasbro, John Frascotti. “O que a impressão 3D verdadeiramente permite é a criação de arte que talvez não fizesse sentido para produção em massa, mas que faz todo o sentido num artigo único”.

Para este projeto, descrito por Frascotti como “personalização em massa”, a empresa vai começar com cinco artistas, cuja obra estará disponível para encomendas online e impressa com um polímero plástico colorido que os executivos da Shapeways dizem ter uma textura similar ao arenito. Os projetos devem ser aprovados pela Hasbro para garantir que não sejam obscenos, violentos nem promovam o ódio, mas, fora isso, os artistas têm liberdade, e também poderão definir o preço das figuras.

Uma peça disponível para venda no site do projeto mostra um dragão roxo pomposo chamado “Spike” sobre uma pilha de livros diante de uma mesa alta com uma pena de escrever na mão (segundo sua biografia oficial, Spike tem a capacidade inexplicável de enviar e receber mensagens ao arrotar). A obra se chama “Spike, Anote”.

A Hasbro espera ampliar a parceria para incluir mais artistas, mais de suas linhas e outros materiais, já que as impressoras da Shapeways usam de tudo, de plásticos sofisticados para estojos de iPhone a ouro para joias e cerâmica para canecas.

O advento da impressão tridimensional criou um potencial enorme de vendas, mas também criou uma série de oportunidades de roubo, principalmente de propriedade intelectual. Por que sair e comprar uma boneca se você mesmo pode imprimir uma? Porém, em vez de fechar ainda mais o cerco sobre os personagens, a colaboração da Hasbro com a Shapeways pode estender o alcance de suas marcas registradas e manter o controle do que está associado à marca.

“Em vez de tentar proibir, eles querem permitir, e isso é genial”, afirmou Peter Weijmarshausen, presidente da Shapeways. “A adoção dessa nova tecnologia é boa para todos. O usuário final fica feliz porque recebe o que deseja e nós não brigamos”.

Supermercado

Brinde 3D. O Sam’s Club vai fazer um agrado aos clientes na inauguração de lojas nos EUA: após digitalizar o rosto, impressoras 3D produzirão bonecos com a cara do freguês em personagem da Marvel.

Novidade para o consumidor já é muito usada pelo varejo

Nova York.
Embora em grande medida as impressoras tridimensionais sejam uma novidade para o público, varejistas e outras empresas utilizam-nas há anos nos bastidores. A rede de supermercados norte-americana Target tem algumas em sua sede. Elas têm o tamanho de uma geladeira grande e são usadas pela equipe de design da companhia para criar protótipos. A própria Hasbro tem impressoras 3D industriais para o mesmo propósito.

Nos Estados Unidos, o Home Depot vende impressoras 3D da MakerBot em seu site há meses e, em julho, anunciou que começaria a vendê-las nas lojas de algumas cidades. Utilizando um plástico derivado do milho, as máquinas têm preço inicial de US$ 1.375.

As impressoras domésticas costumam ser do tamanho de um forno micro-ondas e podem ser empregadas para fabricar artigos como acessórios de moda, utensílios e peças de reposição para bicicletas ou instrumentos musicais.

Flash

Análise. Sucharita Mulpuru, da Forrester Research, afirmou que as investidas do varejo na impressão tridimensional para o consumidor final têm mais a ver com “novidade e empolgação” do que com uma mudança séria nos modelos de negócios.

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