Avanço

Tecnologia pode detectar o HIV apenas uma semana após a infecção

Atualmente, o diagnóstico só acontece 30 dias depois da contaminação

Sáb, 18/02/17 - 02h00
Brasileira Priscila Kosaka integrou equipe | Foto: Joan Costa / CSIC / Divulgação

MADRI, ESPANHA. O Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha patenteou uma tecnologia inovadora que seria capaz de detectar o HIV apenas uma semana após a infecção pelo vírus. Atualmente, é preciso esperar cerca de 30 dias – período conhecido como janela imunológica – para que a presença do vírus seja detectável em um exame. Uma equipe do CSIC “desenvolveu um biossensor que pode chegar a detectar o HIV tipo 1 durante a primeira semana depois da infecção”, anunciou em um comunicado o CSIC, a principal instituição pública dedicada à pesquisa na Espanha. Entre os pesquisadores, está a brasileira Priscila Kosaka.

Os experimentos realizados com soro sanguíneo (líquido do sangue livre dos fatores de coagulação) permitiram detectar uma proteína presente no HIV tipo 1, o antígeno p24, por meio de um dispositivo particular. Este dispositivo permite que o p24 fique preso “entre as nanopartículas de ouro e as estruturas micromecânicas de silício”, disse o pesquisador Javier Tamayo, do Instituto de Microeletrônica de Madri, indicando que os sinais mecânicos e ópticos que são produzidos permitem detectar o antígeno.

A nova tecnologia é capaz de detectar o antígeno em “concentrações 100 mil vezes inferiores” às dos sistemas atuais, afirmou Priscila Kosaka no comunicado. “Isto reduz a fase indetectável depois da infecção a apenas uma semana”, acrescentou.

De acordo com a instituição, a detecção precoce é um fator-chave para melhorar a eficácia dos antirretrovirais usados no tratamento e para prevenir a propagação da doença. Dois milhões e meio de pessoas são infectadas por ano no mundo pelo HIV, responsável pela Aids. Em 2015, 36,7 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo.f

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