Plano Nacional de Educação

Metas ficam mais distantes 

Outro indicador diz respeito à idade média dos professores da educação básica, em torno de 35 a 40 anos, revelando que as novas gerações não são atraídas para a sala de aula

Seg, 18/05/15 - 03h00

Preocupante, a redução na procura pela licenciatura, aliada à evasão, põe em risco as metas de ampliação de acesso previstas no Plano Nacional de Educação. “Se queremos universalizar a educação básica, precisaremos de mais professores. Mas, sob as atuais condições, as expectativas são poucas. Se universalizarmos, será com professores que não têm diploma”, diz o professor João Valdir de Souza.

Se a crise na licenciatura já perdura há décadas, ela se agrava à medida que a profissão é desvalorizada, desestimulando ainda mais os candidatos à docência. Cursos que há 15 anos tinham demanda de 20 candidatos por vaga, hoje não passam de cinco. Em 2000, entre os dez cursos mais procurados da UFMG, quatro eram de formação de professores – e hoje nenhum deles aparece no ranking.

Coordenador do curso de história, que teve queda de quase 80% na procura entre 2000 e 2013, o professor André Miatello conta que por vezes os próprios pais e professores da rede básica desestimulam alunos em relação à carreira. “A educação perdeu seu status, mas não sua responsabilidade. O Estado exige que o professor seja o salvador da pátria, mas não oferece contrapartidas”.

Outro indicador diz respeito à idade média dos professores da educação básica, em torno de 35 a 40 anos, revelando que as novas gerações não são atraídas para a sala de aula. “Talvez a dificuldade para convencer os alunos esteja na diferença de oportunidades e de padrão de vida. Há oferta de emprego, mas normalmente implica remuneração abaixo da obtida em outras carreiras”, explica o pró-reitor Ricardo Takahashi. 

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