O Hospital Evangélico de Belo Horizonte, juntamente com suas nove unidades de atendimento médico, hospitalar e de educação na capital, Contagem e Betim está à procura de parceiros comerciais dispostos a investir nos projetos de melhorias das instalações como a ampliação de 20 leitos de CTI e do bloco cirúrgico, duas iniciativas que visam aumentar a atratividade da instituição filantrópica sem fins lucrativos e potencializar a receita dos serviços.
O espaço para as duas obras já está garantido no Hospital, com a criação do novo Centro de Especialidades, que vai atender fora dessa unidade. Segundo o superintendente financeiro, Rogério Franco Guimarães, a instituição já negociou o aluguel de um imóvel independente, na região Centro-Sul da capital para esta nova unidade de atendimento que vai facilitar o acesso e garantir maior conforto para os pacientes. A previsão de retorno do aporte é de 3 anos.
Conforme o gestor, projetos como o da ampliação de leitos de CTI e do bloco cirúrgico são fundamentais para a sustentabilidade do negócio. “Só fazemos obras quando já temos uma demanda estabelecida e recursos previamente alocados. No caso do CTI, a abertura de novos leitos representa uma segurança a mais para pacientes e operadoras de planos de saúde. Também vamos auxiliar a capital que vive uma situação caótica quando se trata de leitos de CTI, com ocupação sempre acima de 90%. Estimamos um investimento superior a R$ 10 milhões, tendo em vista a necessidade de aquisição de equipamentos", enfatiza.
No caso do bloco cirúrgico, a demanda reprimida por cirurgias eletivas via SUS, durante os primeiros dois anos da pandemia, ainda é um desafio a ser vencido pelos hospitais filantrópicos. "Além dos pacientes da capital, também temos capacidade para firmar convênios com municípios para a realização de oferta de procedimentos, como os que já são feitos nas duas clínicas oftalmológicas do grupo, na capital e em Betim", destaca Guimarães. A estimativa do custo desse projeto é de R$ 1,4 milhão.
Previsão de crescimento
Para este ano, o HE tem previsão de crescimento entre 30% e 40%, com redução de 5% nos custos operacionais. Em 2021, depois de nove anos, fechou o exercício com faturamento de R$ 191 milhões, incremento de 28% no comparativo com o período anterior e superavit de R$ 604,452 mil, que foi imediatamente disponibilizado para o custeio operacional, para cobrir parte do déficit gerado pelo atendimento de 75% dos serviços via SUS, conforme sinaliza Rogério Franco.
A cota restante de 25% corresponde aos serviços para operadoras de planos de saúde e particulares, uma fatia que tem merecido atenção especial da diretoria para a composição dos resultados.
Reforma completa
Apenas no primeiro semestre deste ano, o HE entregou a reforma completa do bloco cirúrgico da Unidade Serra, atualmente com oito salas e a primeira etapa da obra de ampliação e revitalização do seu Centro de Nefrologia em Contagem, totalizando R$ 1,5 milhão em investimentos. Uma vez concluída, essa obra vai aumentar em 60% a capacidade de atendimento de pacientes renais crônicos da cidade e dos municípios do entorno.
"Com essa obra, o HE assumiu 100% da demanda SUS por hemodiálise em Contagem e vai ampliar sua capacidade de atendimento de 540 para 948 pacientes, o que repercute nos municípios vizinhos onde não existe esse tipo de estrutura", relata o gestor.
Atualmente, a instituição é a maior fornecedora SUS do serviço de diálise no Estado, com 3,1mil pacientes atendidos com três sessões semanais de quatro horas de duração cada.
Hospital Evangélico
Instituição fundada há 76 anos, inicialmente como ambulatório, o Hospital Evangélico de Belo Horizonte engloba, além da Unidade Serra, mais 9 unidades de negócios em Belo Horizonte, Contagem e Betim. Em 2021, realizou mais de 1,368 milhão de procedimentos médicos pelo SUS, convênios e particulares, e é referência em atendimentos de nefrologia e oftalmologia para o SUS no Estado. Atualmente, a rede tem mais de 2,3 mil colaboradores.