Mistério

Morte macabra de ex-jogador choca o Rio 

Policial acha mochila com a cabeça do marido na porta de casa

Ter, 29/10/13 - 21h34
Casa da família da policial e o ex-jogador morto, em Realengo | Foto: ALESSANDRO COSTA

Rio de Janeiro. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio investiga as circunstâncias de um crime macabro que aconteceu em Realengo, na zona Oeste da capital fluminense. Uma mochila com a cabeça de João Rodrigo Silva Santos, 35, foi jogada diante da casa em que ele morava com a mulher, a policial militar Geísa Silva, 31.

Geisa está lotada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de São Carlos, no Estácio, região Central da capital. Santos era ex-jogador de futebol, um atacante com passagens por Bangu, Boavista, Volta Redonda e Madureira, além de clubes de Honduras e da Suécia. Era atualmente proprietário de uma loja de suplementos alimentares em Realengo e havia sido visto pela última vez na segunda-feira à noite, 28.

O ex-jogador teria sido rendido pelos bandidos em frente à loja e forçado a entrar num Astra escuro. O carro dele, um Hyundai, também foi levado. A demora de Santos em chegar em casa impacientou a policial militar, que chegou a ir a uma delegacia para comunicar o desaparecimento, segundo a assessoria da PM. Impaciente durante a madrugada, ela ouviu o barulho de um carro e foi até a porta de casa, na Rua Laura Dias.

Lá, por volta das 4h30, viu a mochila que pertencia ao marido. Dentro, a cabeça, com olhos e parte da língua arrancados. Pela manhã, Geísa prestou depoimento na Divisão de Homicídios. Deixou o prédio sem dar declarações e recebeu o apoio de colegas da Polícia Militar (PM). Ela teria dito que o marido não recebia ameaças e não tinha inimigos. O restante do corpo de Santos e o veículo dele não haviam sido encontrados até as 18 horas. Como a investigação está em estágio inicial, os policiais civis não descartam nenhuma motivação para o crime. Suspeitas recaem sobre traficantes das Favelas Minha Deusa, Vila Vintém ou Curral, mas mesmo a participação de milicianos não pode ser descartada.

A polícia apura se há alguma relação entre as atividades da mulher na UPP e o crime, mas como Geísa tem funções administrativas e atua no atendimento social da comunidade atingida pela UPP, ela seria bem-vista na favela.

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