Pandemia

BA.2.75: quais são as subvariantes da ômicron e por que a descoberta preocupa

Subvariante se espalha pela Índia e foi detectada nos EUA; maior poder de transmissão e capacidade de escapar de imunidade deixa cientistas em alerta

Ter, 12/07/22 - 10h14
Variante BA.2.75 também tem sido chamada, de forma não oficial, de "Centaurus" | Foto: Pexels / Divulgação

A variante ômicron do coronavírus foi identificada pela primeira vez em novembro de 2021, em um momento em que o Brasil, por exemplo, vivia uma relativa calmaria em meio à pandemia de Covid-19. Desde então, a variante varreu o mundo e está no centro das sucessivas novas ondas que se seguiram, inclusive no Brasil. Agora, uma nova subvariante da ômicron, batizada como B.A.2.75, parece ter mais facilidade em escapar da imunidade conferida pelas vacinas e causa preocupação entre cientistas. No noticiário internacional, a variante também tem sido chamada, de forma não oficial, de “Centaurus”. Na China, o governo também notificou o surgimento de outra subvariante, a BA.5.2.1.

Detectada na Índia e nos Estados Unidos, ela tem ganhado terreno sobre as variantes BA.4 BA.5, presentes no mundo e no Brasil. Isso ocorre, em geral, quando uma variante tem um poder de transmissão maior, por isso consegue se espalhar mais facilmente que as demais. Outra preocupação dos cientistas é que ela consiga driblar parte da imunidade conferida pelas vacinas e pela infecção prévia, o que a ômicron original já era capaz de fazer. Assim, e sendo ainda mais transmissível, ela poderia aumentar o número de casos no mundo. 

Uma variante surge a partir da replicação do vírus, que ocorre sempre que ele é transmitido de uma pessoa para outra e também no organismo do próprio infectado. A replicação não gera apenas cópias perfeitas, e quando algum desses “erros” dá uma vantagem à disseminação do vírus — facilitando que ele infecte as células, por exemplo —, tende a se tornar cada vez mais comum. Essas versões podem se tornar tão diferentes da original que são consideradas uma variante do coronavírus.

É o caso das variantes alpha, delta, gama e ômicron. A ômicron prevaleceu sobre a delta no mundo e, desde então, tem produzido novas subvariantes: BA.2, BA.4 e BA.5, por exemplo. A nova subvariante BA.2.75 descende da BA.2, que havia saído dos holofotes após a disseminação das demais. Não existem evidências de que ela cause sintomas mais graves de Covid-19 do que as anteriores. 

Entenda a diferença entre linhagem, sublinhagem e variante do coronavírus

Variante

Vírus que, a partir de replicações, torna-se uma versão com uma estrutura diferente do vírus original. A variante inicial do coronavírus descoberta pelos cientistas é a de Wuhan, na China. As variantes alpha, delta, gama e ômicron, por exemplo, são variantes. 

Variante de preocupação

Variantes surgem constantemente, mas nem sempre elas representam um perigo. A OMS classifica como variantes de preocupação aquelas com potencial para ser mais transmissíveis, graves ou escapar de medidas preventivas. É o caso da ômicron e de suas subvariantes. 

Linhagem

É aquela variante que consegue se propagar por vários territórios. Uma variante pode surgir, infectar poucas pessoas em determinado local e desaparecer de vista. Mas a ômicron, por exemplo, é uma variante que se espalhou pelo mundo. Toda linhagem é uma variante, mas nem toda variante é uma linhagem. 

Sublinhagem

Quando o vírus sofre mutações, mas ainda é muito parecida com a linhagem original, forma-se uma sublinhagem. É o caso da BA.2.75, a sublinhagem da ômicron que se espalha pela Índia. 

Fontes: Instituto Butantan e OMS

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