Nova Guerra Fria

China pede ao Reino Unido o fim imediato da interferência em Hong Kong

Londres pediu a não aplicação de uma polêmica lei sobre a segurança no território semiautônomo nessa terça (2)

Por afp
Publicado em 03 de junho de 2020 | 08:44
 
 
Zhao Lijian é o porta-voz do governo da China Foto: GREG BAKER / AFP

A China pediu nesta quarta-feira (3) ao Reino Unido que "cesse imediatamente qualquer forma de interferência" nos assuntos de Hong Kong, depois que Londres pediu a não aplicação de uma polêmica lei sobre a segurança neste território semiautônomo.

"Aconselhamos aos britânicos (...) que abandonem sua mentalidade de Guerra Fria, seu espírito colonialista e que reconheçam e respeitem o fato de que Hong Kong foi devolvido à China", afirmou Zhao Lijian, porta-voz do ministério das Relações Exteriores, em Pequim.

"Em caso contrário não farão mais que dar um tiro no pé", completou, antes de informar que Pequim protestou oficialmente ante Londres.

O projeto de lei aprovado pelo Parlamento chinês, mas que ainda não foi adotado em definitivo, prevê uma punição às atividades separatistas, "terroristas", subversivas e à interferência estrangeira em Hong Kong.

Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e Canadá expressaram o temor de que a lei limite a autonomia de Hong Kong.

"Ainda há tempo para que a China reflita, se afaste do precipício e respeite a autonomia de Hong Kong e suas próprias obrigações, assim como suas obrigações internacionais", afirmou na terça-feira o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou na terça-feira que oferecerá vistos a milhões de cidadãos de Hong Kong e uma possível via para obter a nacionalidade, caso a China persista com a lei de segurança nacional.

As declarações provocaram a reação do governo chinês nesta quarta-feira.