preocupação

Cientistas correm para entender espalhamento da varíola do macaco

Por meio de investigação genética, pesquisadores de diversos países querem descobrir se houve mutação em vírus

Sex, 20/05/22 - 21h41

Cientistas de todo o mundo estão atentos ao espalhamento do vírus da varíola dos macacos, doença que até dias atrás era raramente detectada fora da África. A revista científica Nature publicou uma reportagem nesta semana revelando que os pesquisadores estão avaliando se o aumento repentino nos casos decorre de uma mutação, que permite que esse vírus da varíola dos macacos se transmita mais facilmente do que os do passado, ou se cada um dos surtos remonta a uma única origem.

Mais de 120 casos confirmados ou suspeitos de varíola dos macacos fora da África. O número de casos detectados fora da África apenas na semana passada – que certamente aumentará – já superou o número detectado fora do continente desde 1970, quando o vírus foi identificado pela primeira vez como causador de doenças em humanos. 

Mas a varíola dos macacos não é como o SARS-CoV-2,segundo fontes ouvidas pela reportagem da Nature. Ele não é transmitido de pessoa para pessoa com tanta facilidade quanto o coronavírus e isso faz com que os cientistas fiquem em alerta, mas não em pânico. 

Mesmo assim, os pesquisadores classificam como muito preocupante a situação, já que os casos foram detectados em pessoas sem conexão aparente umas com as outras - sugerindo que o vírus pode estar se espalhando silenciosamente, o que tornaria muito mais difícil de ser rastreado. Segundo a reportagem, ao contrário do SARS-CoV-2, que pode se espalhar de forma assintomática, a varíola dos macacos geralmente não passa despercebida quando infecta uma pessoa, em parte por causa das lesões na pele que causa. 

Para conseguir responder às principais perguntas sobre o fenômeno, cientistas de todo o mundo se desdobram para compreender melhor o DNA do vírus. Mas as informações preliminares ainda não trouxeram resultados consistentes. 

O que os pesquisadores podem dizer a partir desses dados genéticos preliminares é que o vírus da varíola dos macacos está relacionado a uma cepa viral predominantemente encontrada na África Ocidental. Essa cepa causa doenças mais leves e tem uma taxa de mortalidade menor – cerca de 1% em populações rurais pobres – em comparação com a que circula na África central. Mas não se sabe ainda o quanto a cepa que causa os surtos atuais difere da variante da África Ocidental – e se os vírus que surgem em vários países estão ligados uns aos outros.

 

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