pior crise desde 1998

Crise econômica na Rússia vai durar no máximo dois anos, afirma Putin

Putin não quis se aventurar sobre a evolução da situação e considera possível tanto um aumento do rublo como uma nova queda diante "dos numerosos fatores de incerteza"

Qui, 18/12/14 - 09h05

O presidente Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira (18) que a economia da Rússia, que enfrenta a pior crise monetária desde 1998, voltará a crescer em dois anos no máximo.

Na pior das hipóteses, a crise vai durar dois anos, mas pode melhorar "antes" e, de todos os modos, terá uma solução de forma "inevitável", já que a economia mundial continua crescendo, afirmou Putin em sua entrevista coletiva anual.

"Vamos utilizar as medidas empregadas com êxito em 2008", explicou.

Putin não quis se aventurar sobre a evolução da situação e considera possível tanto um aumento do rublo como uma nova queda diante "dos numerosos fatores de incerteza".

O presidente, mais popular do que nunca, disse que serão mantidos os programas sociais (aumento das aposentadorias e dos salários dos funcionários), mas que o governo pode se ver obrigado a reduzir alguns gastos em função de como a situação evoluir.

Putin considerou adequadas as medidas tomadas pelo Banco Central e pelo governo diante da crise, lembrando a este último que "não deve fugir de suas responsabilidades".

Inicialmente o governo adotou uma atitude passiva diante da queda do rublo, justificando que dependia principalmente de fatores externos (sanções ocidentais e queda de preços do petróleo) e que a moeda acabaria subindo.

Mas diante do desenrolar dos acontecimentos se uniu aos esforços do BC para apagar o incêndio, com medidas de apoio aos bancos e negociações com os grandes grupos exportadores para evitar que a venda de divisas afetasse muito a moeda.

Depois das declarações de Putin, a moeda caía frente ao dólar, que às 09h45 GMT (07h45 de Brasília) era negociado a 63,10 rublos.

O rublo perdeu aproximadamente 40% de seu valor desde o início do ano, como consequência das sanções vinculadas à crise ucraniana e à queda dos preços do petróleo, principal fonte de renda do Estado.

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