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Cúpula dos Brics resiste em mencionar Grécia em declaração

O documento tem sido elaborado pelos negociadores de cada membro do grupo à espera dos líderes que chegam nesta quarta-feira (8) a Ufá (Rússia), entre eles a presidente Dilma Rousseff

Ter, 07/07/15 - 17h02
A expectativa em Ufá é que o presidente russo, Vladimir Putin, possa articular para incluir uma citação de apoio à Grécia | Foto: RIA NOVOSTI / BRICS/SCO Photohos / AFP

Apesar da expectativa do governo grego, os termos da declaração final da cúpula dos Brics não incluem, ao menos por enquanto, manifestação sobre a crise entre a Grécia e seus credores.

O documento tem sido elaborado pelos negociadores de cada membro do grupo à espera dos líderes que chegam nesta quarta-feira (8) a Ufá (Rússia), entre eles a presidente Dilma Rousseff. O encontro acaba na quinta (9).

"A declaração de Ufá não contém nenhum parágrafo sobre Grécia, mas isso não exclui que os líderes discutam o assunto", afirmou o embaixador José Alfredo Graça Lima, subsecretário do Itamaraty e negociador do Brasil na cúpula.

A expectativa em Ufá é que o presidente russo, Vladimir Putin, possa articular para incluir uma citação de apoio à Grécia, que no último domingo (5) rejeitou, em plebiscito, a proposta de socorro dos credores internacionais.

Putin tem sido um dos principais interlocutores do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza. Isolado pelos líderes europeus, Tsipras quer se aproximar dos Brics, o bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Ministros do governo grego, a maioria do Syriza, partido de esquerda comandado por Tsipras, pressionam o premiê a estreitar as relações diante do risco real de o país ter de deixar a zona do euro.

Um aceno positivo da cúpula nesta semana a seu favor, em meio à negociação com o bloco europeu, seria uma forma de demonstrar que o país não está totalmente isolado no cenário global.

O embaixador Graça Lima descartou ainda um socorro à Grécia por meio do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado pelos Brics para capitalização e investimentos em infraestrutura com um capital de US$ 50 bilhoes, podendo chegar a US$ 100 bilhões. A possibilidade desse tipo de ajuda vinha sendo especulada pela mídia grega.

UCRÂNIA E SANÇÕES

O encontro dos Brics deve servir muito mais para explorar o início das atividades do NBD do que para abordar temas polêmicos. Segundo Graça Lima, a declaração deve fazer uma menção "genérica" contra a sanções impostas contra a Rússia pela União Europeia e defender que a crise na Ucrânia não deve passar por uma "solução militar".

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