Violência

Estado Islâmico liberta 49 reféns no Iraque 

Operação resgate encerra a crise de sequestro mais grave da história do país

Por Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2014 | 21:38
 
 
Liberdade. Vítimas foram mantidas em cativeiro pelo grupo Estado Islâmico durante três meses AP

Ancara, Turquia. Os 46 cidadãos turcos e três iraquianos que haviam sido raptados e mantidos em cativeiro por militantes islâmicos no Iraque, há três meses, foram libertados e retornaram para seu país ontem, 20, anunciou o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, encerrando a crise de reféns mais grave da história do país.

O sequestro ocorreu em 11 de junho, quando 49 funcionários do consulado turco na cidade iraquiana de Mosul foram tomados como reféns pelo Estado Islâmico (EI), durante a campanha do grupo militante para conquistar grandes áreas do Iraque e da Síria.

Cativos. Segundo o vice-premiê, Bulent Arinc, dentre os reféns libertados está o cônsul-geral Ozturk Yilmaz e sua esposa, diversos diplomatas, além de mulheres, crianças e oficiais da força de polícia especial. Davutoglu, que estava em Baku, capital do Azerbaijão, interrompeu a visita, foi ao encontro dos reféns na província turca de Sanliurfa, perto da fronteira com a Síria, e os transportou para Ancara em seu avião.

O primeiro-ministro não disse onde ocorreu a libertação, mas a agência oficial turca Anadolu informou que os cativos tinham sido mantidos em oito diferentes endereços em Mosul. O grupo entrou em território turco pela província de Urfa, ao sul do país, onde há milhares de refugiados sírios. A agência também afirmou que não houve pagamento de qualquer tipo de resgate e que nenhuma outra condição foi aceita por Ancara em troca da libertação dos cidadãos. A estatal ainda disse que seis tentativas anteriores de libertação foram frustradas antes do sucesso desta.

Durante o voo para Ancara, um dos reféns conversou com a rede de TV CNN, sem se identificar. Ao ser perguntado se fora torturado, ele respondeu: “É claro que passamos por algumas coisas”. O cônsul Yilmaz descreveu a cidade de Mossul como “o lugar mais perigoso do mundo, onde milhares de pessoas são mortas”.

Terrorismo

Controle. A Turquia tem uma lista de 6.000 jihadistas em potencial cuja entrada no país está vetada e baniu cerca 1.000 pessoas ligadas a terroristas no último ano, segundo o governo.