Lista Engel

EUA divulgam lista de 'corruptos' de El Salvador, Guatemala e Honduras

Mais de 50 funcionários e ex-funcionários, incluindo ex-presidentes, atuais ministros, legisladores e magistrados, estão proibidos de entrarem no país

Qui, 01/07/21 - 21h01

 

O governo dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira (1) os nomes de mais de 50 funcionários e ex-funcionários de El Salvador, Guatemala e Honduras, incluindo ex-presidentes e atuais ministros, legisladores e magistrados, que considerou "atores corruptos e antidemocráticos" e os proibiu de entrar no país. 

“Hoje damos mais um passo na luta contra a corrupção na Guatemala, Honduras e El Salvador ao anunciar restrições de vistos para atores corruptos e antidemocráticos. A corrupção mina a democracia e a confiança pública. Melhor governança significa um futuro melhor”, tuitou o secretário de Estado Antony Blinken. 

A chamada Lista Engel foi entregue ao Congresso em cumprimento a uma lei proposta pelo então legislador Eliot Engel em dezembro de 2020. O texto deu ao Departamento de Estado 180 dias para identificar, nos três países centro-americanos, envolvidos em corrupção, obstrução da justiça e afronta à democracia.

"Apontamos casos em que temos informações claras", explicou aos jornalistas Ricardo Zúñiga, enviado especial de Biden ao Triângulo Norte, destacando que "a luta contra a corrupção é um objetivo importante para a segurança nacional dos Estados Unidos". 

"Não excluímos a aplicação de outras medidas se forem necessárias", acrescentou, referindo-se a possíveis sanções econômicas. 

Ex-presidentes e atuais ministros, legisladores e juízes foram incluídos na lista, que tem 21 cidadãos de Honduras, 20 da Guatemala e 14 de El Salvador.

Os ex-presidentes da Guatemala Álvaro Colom (2008-2012) - acusado de irregularidades em um contrato de transporte público - e de Honduras, Porfirio "Pepe" Lobo (2010-2014) - acusado de receber propina da organização narcotraficante Los Cachiros - estão entre os principais sancionados. 

De El Salvador, destacam-se pessoas próximas ao presidente Nayib Bukele: sua chefe de gabinete, Carolina Recinos, o ministro do Trabalho, Rolando Castro e os ex-ministros da Segurança Rogelio Rivas e da Agricultura, Pablo Anliker Infante. 

Além de Rosa Elena Bonilla de Lobo, ex-primeira-dama de Honduras, estão incluídos cerca de quinze membros do Congresso Nacional hondurenho. 

Da Guatemala, destacam-se dois magistrados. Um deles é Nester Vásquez, do Tribunal Constitucional, fundamental para a resolução de casos políticos e constitucionais. O outro é Manuel Duarte Barrera, integrante do Supremo Tribunal de Justiça.

Também foram identificados Ricardo Méndez Ruiz e Raúl Falla, da Fundação Contra o Terrorismo.

Outros guatemaltecos que se destacam são os parlamentares Boris Roberto España Cáceres e Felipe Alejos Lorenzana, ex-primeiro secretário do Congresso, além de Gustavo Adolfo Alejos Cambara, ex-chefe de gabinete de Colom, e Mario Amílcar Estrada Orellana, ex-parlamentar e candidato à presidência em 2019, condenado em 2020 nos Estados Unidos a 15 anos de prisão por tráfico de drogas.

Vários dos nomes divulgados nesta quinta-feira já haviam sido incluídos pelo Departamento de Estado em uma lista resumida divulgada em maio.

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