Sem repouso

Hospitalizado, Boris Johnson 'continua no comando' do governo britânico

Líder conservador, de 55 anos, anunciou em 27 de março que testou positivo para o coronavírus

Por AFP
Publicado em 06 de abril de 2020 | 09:01
 
 
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson Foto: PRU/AFP

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, infectado há dez dias pelo novo coronavírus, "segue no comando" do governo, apesar de ter sido hospitalizado por sintomas persistentes, garantiu nesta segunda-feira (6) o ministro da Habitação.

"Hoje está no hospital para ser submetido a exames, mas continuará sendo informado do que acontece e permanece no comando do governo", declarou à BBC Robert Jenrick, ministro da Habitação e Comunidades.

O líder conservador, de 55 anos, anunciou em 27 de março que testou positivo para o coronavírus e que permaneceria sete dias em isolamento em sua residência, em Downing Street.

Continuou, porém, liderando reuniões por videoconferência, e muitos consideraram que a falta de repouso fez com que na sexta-feira (3) continuasse apresentando febre.

No domingo (5), seu médico decidiu enviá-lo ao hospital para novos exames como uma "medida de precaução".

Segundo o jornal "The Times", Johnson está no hospital St Thomas de Londres, perto de Westminster, e está recebendo oxigênio.

O seu gabinete não informou a quais exames ele seria submetido.

"O primeiro-ministro tem sintomas persistentes há dez dias", disse Robert Jenrick. "Passou a noite no hospital (...). Esperamos que como resultado dos exames seja capaz de voltar a Downing Street o mais rápido possível", completou o ministro.

O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, deve substituir Johnson no comando da reunião diária sobre o combate à Covid-19 nesta segunda-feira.

Johnson é o líder político mundial mais proeminente a ter contraído o vírus. No Reino Unido, o ministro da Saúde, Matt Hancock, e o herdeiro do trono, o príncipe Charles, de 71 anos, também foram infectados, mas ambos já deixaram o isolamento.

Segundo o Dr. Rupert Beale, do Laboratório de Biologia Celular de Infecções do Francis Crick Institute de Londres, em uma situação como a de Johnson, os médicos devem, a princípio, monitorar "sinais vitais importantes, como a saturação de oxigênio", realizar testes sanguíneos para verificar a "resposta imune" e realizar um eletrocardiograma.

Para pedir a seus compatriotas que fiquem em casa, Johnson postou vários vídeos no Twitter durante o seu confinamento em que parecia cansado. 

Segundo o jornal "The Guardian", "ele estava mais gravemente doente do que ele ou seus funcionários estavam dispostos a admitir" e foi visitado por médicos preocupados com sua respiração.

"Muitos com #COVID19 foram derrubados pelo cansaço e pela febre e aproveitaram o isolamento para dormir e se recuperar. Boris arriscou sua saúde e trabalhou todos os dias em nosso nome para liderar a batalha contra esse vil vírus", tuitou a secretária de Estado para a Saúde, Nadine Dorries, a primeira membro do governo britânico que contraiu a doença, no início de março.