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Impeachment de Trump: democratas e republicanos disputam testemunhas

Sem testemunhas, os republicanos, que controlam o Senado, dizem que o julgamento pode terminar já na sexta-feira com a absolvição de Trump

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de janeiro de 2020 | 19:04
 
 
O presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, durante sessão no Senado Foto: Senate Television

O julgamento de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi retomado nesta quinta-feira, 30, para um segundo dia de interrogatório dos senadores americanos antes que eles abordem a questão espinhosa sobre a convocação de testemunhas como o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton.

Sem testemunhas, os republicanos, que controlam o Senado, dizem que o julgamento pode terminar já na sexta-feira com a absolvição de Trump, o que o deixaria no cargo e lhe daria argumentos pouco antes da primeira disputa no Partido Democrata sobre a nomeação para a eleição de 3 de novembro, em Iowa, na segunda-feira.

Trump realizará um comício no Estado na noite de quinta-feira.

Os democratas acusam o presidente republicano de abuso de poder por usar ajuda militar aprovada pelo Congresso para conseguir que um país estrangeiro difamasse o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos principais candidatos à nomeação democrata para a eleição presidencial de novembro.

A Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, aprovou dois artigos de impeachment contra Trump em dezembro. Advogados de Trump e os democratas da Câmara que estão fazendo a acusação no julgamento do Senado passarão a quinta-feira respondendo a perguntas dos parlamentares, lidas em voz alta pelo presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts.

Na sexta-feira, espera-se que cada lado apresente argumentações finais, antes de o Senado passar à questão central de convocar testemunhas, que os democratas acreditam ser essenciais para esclarecer a tentativa de Trump de persuadir o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a investigar Biden.

É improvável que os democratas consigam a maioria de dois terços necessária para remover Trump do cargo, mas permitir testemunhas pode infligir danos políticos ao presidente enquanto ele busca a reeleição.