Bogotá, Colômbia. A ex-refém da guerrilha das Farc Ingrid Betancourt voltou à Colômbia para participar, ontem, de um fórum pela reconciliação, no qual suplicou para que o país abrace a possibilidade da paz e promova o perdão após mais de meio século de conflito armado no país.
“Faço hoje à Colômbia uma só súplica: que tenha a audácia de confiar em si mesma e abraçar com todas as forças de sua alma o grandioso prospecto da paz que foi desenhado”, disse Betancourt no fórum “Reconciliação, mais que realismo mágico”, por ocasião do qual voltou ao seu país após anos de ausência.
Processo de Paz. Ingrid lembrou algumas experiências que viveu durante os mais de seis anos em que esteve em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (as Farc, comunistas), hoje na reta final de um processo de paz com o governo de Juan Manuel Santos, e pediu que o país abra a porta à reconciliação.
A ex-congressista colombiana, que também tem nacionalidade francesa, foi sequestrada em 2002 quando era candidata presidencial pelo partido verde Oxigênio e libertada em 2008 junto a outros reféns em uma operação militar conhecida como “Operação Jaque”, dirigida por Santos, na época ministro da Defesa, que teve uma grande repercussão midiática.
Libertada depois de 2.323 dias em cativeiro, Ingrid parece agora uma mulher extraordinariamente livre. Hoje, aos 55 anos, ela decidiu estudar teologia em Oxford e escreveu um romance, “La Línea Azul” (“A Linha Azul”, Gallimard), ainda sem tradução para o português.
Sobre o processo de paz com as Farc, a ex-refém – que retornou à Colômbia em pouquíssimas ocasiões após sua libertação –, disse que tanto as ambições de justiça que a sociedade tem quanto as de “segurança jurídica” às quais a guerrilha aspira são compatíveis.
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