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Israel não encerrará a guerra até que os reféns sejam libertados, diz ministro

Conselho de Segurança da ONU adotou sua primeira resolução pedindo um cessar-fogo imediato em Gaza

Por Agências
Publicado em 25 de março de 2024 | 14:31
 
 
Palestinos olham para edifício destruído em Gaza Foto: AFP

Israel não encerrará guerra contra o Hamas até que o grupo islamista palestino liberte os reféns, declarou nesta segunda-feira (25), em Washington, o ministro de Defesa, Yoav Gallant, após o Conselho de Segurança da ONU votar a favor de um "cessar-fogo imediato";

"Não temos direito moral de parar a guerra enquanto ainda houver reféns em Gaza", afirmou Gallant antes de se reunir com o assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, e o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken. 

O governo israelense afirmou nesta segunda-feira (25) que a abstenção dos Estados Unidos na votação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede um "cessar-fogo" em Gaza prejudica sua ofensiva contra o Hamas e os esforços para libertar os reféns.

Após mais de cinco meses de guerra, o Conselho de Segurança da ONU adotou nesta segunda-feira sua primeira resolução pedindo um "cessar-fogo imediato" em Gaza, um pedido bloqueado repetidamente pelos Estados Unidos, que se absteve nesta ocasião.

Isto "prejudica os esforços bélicos e os esforços para a libertação de reféns", acrescentou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

"Isto dá ao Hamas esperança de que a pressão internacional lhe permitirá obter um cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns", acrescentou.

O governo israelense anunciou que cancelou a viagem de uma delegação aos Estados Unidos que tinha como objetivo abrir consultas sobre o plano de Israel de lançar uma ofensiva contra o Rafah, uma localidade do sul de Gaza onde se concentra uma grande quantidade de refugiados palestinos.

Netanyahu "expressou claramente aos Estados Unidos que caso mudasse sua posição, não enviaria a delegação israelense" a Washington, indicou seu gabinete. 

O presidente americano, Joe Biden, pediu a Netanyahu o envio de uma equipe para abordar os planos de Israel de lançar uma invasão em Rafah, já que Washington se opõe a esta incursão. 

Os Estados Unidos negaram que a abstenção na votação represente uma "mudança" em sua política, declarou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, que expressou que seu país está "muito decepcionado" com o cancelamento da visita da delegação israelense. 

A comunidade internacional teme que uma ofensiva em Rafah aumente o número de civis mortos e a crise humanitária em Gaza.

A guerra eclodiu em 7 de outubro com o ataque do Hamas em Israel, que deixou cerca de 1.160 mortos, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseado em dados israelenses.

A resposta israelense deixou ao menos 32.333 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa este território palestino desde 2007. 

O Hamas "saudou" a aprovação da resolução do Conselho de Segurança e reafirmou sua disposição de trocar reféns por presos palestinos. 

(AFP)