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Mineiro conta suas impressões sobre o terremoto na Itália

As regiões mais afetadas foram as localidades de Amatrice e Accumoli, na região de Lácio, e Arquata del Tronto, na região de Marcas; pelo menos 120 pessoas morreram

Qua, 24/08/16 - 12h35
Foto tirada nesta quarta-feira (24) por Raoni no Arco de Constantino, em Roma | Foto: ARQUIVO PESSOAL

A movimentação nas ruas de Roma, na Itália, distante cerca de 140 quilômetros das regiões atingidas por um terremoto na madrugada desta quarta-feira (24) continua a mesma. Segundo o mineiro Raoni Pereira, que chegou à cidade pouco antes do tremor, à passeio, os estabelecimentos e o metrô estão funcionando normalmente.

Morador de Belo Horizonte, ele chegou no aeroporto em Roma à 0h30 (horário local) e, no hotel onde está hospedado, por volta das 2h. O terremoto aconteceu por volta de 3h, quando ele já estava dormindo. Ele acordou sentindo a cama tremer e ficou sem entender o que estava acontecendo mas, pouco depois, o tremor parou e ele voltou a dormir.

"Mas aí do nada voltou a tremer novamente. Como nunca presenciei um tremor, continuava sem entender o que estava acontecendo. Foi muito estranho e fiquei com um pouco de medo, por um momento cheguei a pensar em fantasma. Estava cansado da viagem, achei que pudesse ser alguma coisa da cabeça por conta do fuso horário. Mas foi só uma sensação de tremor mesmo, não caiu nada ou algo do tipo", conta.

Quando acordou pela manhã, após ver as mensagens no grupo da família pelo WhatsApp perguntando se estava tudo bem, foi que entendeu o que havia acontecido. "A cidade está vazia de moradores porque é tempo de férias aqui então tem mais e muitos turistas. Hoje fui para o centro onde ficam as atrações turísticas e tudo me pareceu OK", diz.

Altura

Raoni está hospedado no sexto - e último - andar de um hotel e, segundo a recepcionista do local, este foi o motivo do brasileiro ter sentido o tremor mesmo um pouco afastado de seu epicentro. Segundo o professor George Sand França do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) os tremores, de fato, são sentidos em lugares mais altos. Por sorte, prédios muito altos não são tradição na Itália.

"O prédio tem uma oscilação natural que acaba amplificando esse tremor, fazendo com que a frequência do terremoto entre em ressonância, na maioria dos casos, com outros prédios. Para entender melhor, visualize um pêndulo de relógio de cabeça para baixo. A ponta vai balançar mais do que sua base", explica.

Ruínas em risco

As cidades italianas são repletas de ruínas históricas, muitas delas, importantes pontos turísticos. Para o professor George França, essas ruínas não suportariam de forma alguma outro tremor como o terremoto de Àquila que, em 2009, matou mais de 200 pessoas e deixou outras 1.500 feridas na região de Abruzzo, também no centro do país. Na ocasião, o tremor chegou a 6,3 graus na escala Richter. Já nesta quarta, o tremor mais forte quase chegou a isso: 6.2 graus de magnitude.  As autoridades do país ainda não divulgaram informações sobre possíveis estragos nas ruínas e em monumentos. 

Para entender

A escala de tremores começa na magnitude 1 e corresponde, de forma crescente, a quantidade de energia liberada. Cada unidade de magnitude representa uma energia liberada 10 vezes maior do que o grau anterior. A partir das magnitudes 4 e 5 os tremores já são considerados fortes. Para se ter uma ideia, a bomba atômica lançada em Hiroshima, no Japão, causou um tremor de magnitude de 5,0 na escala Richter. 

Veja no mapa as regiões afetadas: 

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