Pós-referendo

Ministro das Finanças da Grécia anuncia demissão para ajudar o governo

Em um comunicado publicado em seu blog, Yanis Varoufakis disse que considera seu dever "ajudar (o primeiro-ministro) Alexis Tsipras a explorar, como desejar, o capital que o povo grego"

Seg, 06/07/15 - 06h44
"Alguns membros do Eurogrupo e seus 'sócios' desejavam minha 'ausência' das reuniões", escreveu Varoufakis | Foto: ANDREAS SOLARO / AFP

O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, surpreendeu e anunciou sua demissão nesta segunda-feira (6), um dia depois da vitória do 'Não' no referendo sobre a proposta dos credores.

Em um comunicado publicado em seu blog, Varoufakis afirma que considera que seu dever "ajudar (o primeiro-ministro) Alexis Tsipras a explorar, como desejar, o capital que o povo grego" entregou no referendo.

"Pouco depois do anúncio dos resultados do referendo, fui informado de que alguns membros do Eurogrupo e seus "sócios" desejavam minha 'ausência' das reuniões, um ideia que o primeiro-ministro considerou potencialmente útil para obter um acordo", escreveu Varoufakis.

"Por este motivo, deixo a partir de hoje o  ministério das Finanças", completou o ex-ministro, que nos últimos meses teve muitas divergências com os credores.

Na mensagem ele também adverte que o resultado do referendo, no qual mais de 60% dos gregos rejeitaram as medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais, implica "um alto preço", assim como "qualquer luta pelos direitos democráticos".

"Portanto é essencial que este grande capital concedido ao nosso governo por este contundente 'Não' na votação seja invertido imediatamente em um "Sim" para chegar a uma solução idônea", que implique uma reestruturação da dívida, menos austeridade, uma redistribuição a favor dos necessitados e reformas reais, acrescentou.

Varoufakis reiterou que apoiar o primeiro-ministro Tsipras, o novo ministro das Finanças e o governo.

Yanis Varoufakis, que desde sua nomeação para o ministério ganhou fama por sua linguagem direta, teve muitos confrontos com o Eurogrupo.

Ele também afirmou que carregará com "orgulho" o "ódio" atribuído pelos credores.

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