Estados Unidos

Morre homem que ateou fogo a si mesmo em frente a tribunal onde Trump é julgado

Maxwell Azzarello era da Flórida e, segundo a polícia, não tinha antecedentes criminais. Mesmo em julgamento, Trump faz campanha neste sábado (20)

Por agência
Publicado em 20 de abril de 2024 | 10:07
 
 
Polícia identificou norte-americano da Flórida que ateou fogo a si mesmo em frente ao tribunal de Nova York onde Donald Trump é julgado, como Maxwell Azzarello, de 37 anos Foto: Reprodução/Instagram & Pool AFP

O homem que ateou fogo a si mesmo em frente ao Tribunal de Nova York, onde o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump está sendo julgado, não resistiu aos ferimentos, disse a polícia neste sábado (20). 

O homem foi identificado como Maxwell Azzarello, de Saint Augustine, Flórida, e tinha 37 anos. 

Várias testemunhas disseram que o viram lançar panfletos para o alto e depois abrir um recipiente, derramar o conteúdo sobre o corpo e atear fogo em si próprio com um isqueiro, em uma praça perto do tribunal. 

Azzarello foi hospitalizado em estado grave, mas sucumbiu aos ferimentos, confirmou um porta-voz da polícia de Nova York à AFP na manhã deste sábado, sem dar mais detalhes.

Ele não tinha antecedentes criminais em Nova York e sua família na Flórida não sabia que ele havia viajado para a cidade.

O incidente ocorreu pouco depois que o tribunal concluiu a seleção de jurados, 12 titulares e 6 suplentes, que selarão o destino de Trump neste julgamento histórico. 

Trump, que pretende voltar à Casa Branca nas eleições de novembro, é acusado de ocultar um pagamento a uma ex-atriz pornô para comprar o seu silêncio na reta final da campanha para as eleições de 2016, às quais venceu. 

 

Mesmo em julgamento, Trump faz campanha neste sábado (20)


Pressionado por problemas judiciais, o ex-presidente americano Donald Trump faz comício na Carolina do Norte, seu primeiro grande ato de campanha desde o início de seu julgamento em Nova York.

O magnata republicano discursará em Wilmington, uma cidade deste estado fortemente disputado com o seu adversário democrata, Joe Biden, nas eleições presidenciais de 5 de novembro. 

Trump, que espera um retorno triunfal à Casa Branca, está sendo julgado em Nova York por pagamentos ocultos à atriz pornô Stormy Daniels para supostamente comprar seu silêncio sobre um caso extraconjugal antes da eleição de 2016, que venceu contra a democrata Hillary Clinton. 

Trump, que denuncia uma "caça às bruxas", protestou diversas vezes contra o julgamento. "Deveria estar na Pensilvânia e na Flórida agora, e em muitos outros estados, na Carolina do Norte, na Geórgia, em campanha", disse ele indignado esta semana.

Na sexta-feira (19), ele voltou a atacar o juiz que conduz seu processo, histórico por ser o primeiro criminal contra um ex-presidente dos Estados Unidos. "Esta é uma interferência eleitoral a um nível nunca antes visto nos Estados Unidos", disse em sua plataforma Truth Social. 

"Se não for concedida imunidade a um presidente, qualquer presidente que deixe o cargo será imediatamente acusado pelo partido adversário", afirmou.

Lado a lado

Embora nenhum candidato presidencial democrata tenha vencido na Carolina do Norte desde Barack Obama em 2008, Biden acredita que tem chances neste estado. 

Embora Trump tenha vencido duas vezes, em 2016 e 2020, Biden perdeu por pouco na última eleição. 

O democrata tenta aproveitar os problemas legais de seu adversário, ocupado com a Justiça vários dias por sema e prepara o terreno. 

Na terça-feira, esteve em sua cidade natal, Scranton, na Pensilvânia, também um estado muito disputado e crucial para as eleições de novembro. 

Embora há muito tempo evite comentar os problemas de Trump, Biden lançou uma flecha nesta semana, dizendo que estaria "muito ocupado neste momento". 

A Casa Branca garantiu que Biden não está acompanhando as notícias do processo, afirmando que o presidente "foca nos americanos". 

O julgamento coincide com o avanço de Biden nas pesquisas desde que fez seu discurso sobre o Estado da União, em março. Agora os dois candidatos estão lado a lado. 

Mas Trump e os seus apoiadores esperam obter vantagem da atenção midiática em torno de seu julgamento penal, contando que o fato oferece uma tribuna excepcional para fazer campanha. (AFP)