Diplomacia

Palácio nega incentivo à ocupação de embaixada venezuelana

"O presidente da República jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão por partidários do sr. Juan Guaidó", informa nota

Qua, 13/11/19 - 13h28
Militarized police patrols the surroundings of the Venezuelan embassy in Brasilia, Brazil, on November 13, 2019, while loyalists to President Nicolas Maduro and to Venezuelan opposition leader Juan Guaido face off inside the country's embassy. - Embassy officials opened the doors to Guaido's appointed ambassador Teresa Belandria after recognizing the opposition leader as president, the envoy said in a statement. (Photo by JORDI MIRO / AFP) | Foto: AFP

Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República encaminhou nota afirmando que o presidente "jamais tomou conhecimento" ou "incentivou a invasão" da embaixada da Venezuela realizada na madrugada desta quarta-feira, 13, o 

A nota diz que "como sempre há indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade". O texto diz ainda que as forças de segurança, da União e do Distrito Federal estão tomando providências para que a situação se resolva "pacificamente".

"O Presidente da República jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão da Embaixada da Venezuela, por partidários do Sr. Juan Guaidó", diz o documento.

Quando Guaidó tentou assumiu o poder da Venezuela, se autoproclamando presidente do país, foi reconhecido formalmente pelo Brasil. 

A ocupação da embaixada venezuelana acontece em meio ao primeiro dias de atividades da 11.ª Cúpula do Brics, que reúne os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com exceção do Brasil, todos esses países apoiam a permanência do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no poder.

No meio diplomático, a ocupação da embaixada tem sido encarada como uma invasão, uma vez que o presidente da Venezuela atualmente, e de fato, é Nicolás Maduro. "Os ventos da Bolívia certamente chegarão à Venezuela. Não obstante isso, considero a ação de hoje, em meio à Cúpula dos Brics, contraproducente", disse o advogado Fernando Tibúrcio, especialista em direitos humanos. "Conversei com o presidente Guaidó e, em nenhum momento, me pareceu que uma ordem para ocupar a Embaixada tenha partido dele", comentou Tibúrcio, que é um dos interlocutores de Guaidó no Brasil.

Cerca de 20 pessoas que se dizem representantes do opositor Juan Guaidó conseguiram pela primeira vez acesso à embaixada do país em Brasília na madrugada desta quarta-feira. Segundo eles, funcionários da embaixada permitiram o acesso de Tomas Silva, ministro-conselheiro acreditado pelo Brasil, ao local - a embaixadora María Teresa Belandria não está no País. O governo Maduro, no entanto, descreveu o ato como "invasão".

Ao meio-dia, pelo menos dez invasores continuavam no prédio de maneira pacífica. Deputados do PT e do PSOL, como membros de movimentos sociais e a embaixadora da Nicarágua, Lorena Martínez, estão no local. Um representante do Itamaraty esteve mais cedo no prédio.

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