Após ataque em Nova York

Salman Rushdie foi desentubado e apresenta melhoras, diz agente

O escritor anglo-indiano Salman Rushdie foi desentubado neste sábado (13), afirmou o agente dele, Andrew Wylie.

Por Agências
Publicado em 13 de agosto de 2022 | 19:01
 
 
O escritor anglo-indiano Salman Rushdie sofreu um atentado nesta sexta-feira (12) Foto: Charly Triballeau/AFP

As informações são de que o autor de "Os Versos Satânicos", esfaqueado na última sexta (12), está melhorando e pode recuperar o movimento da mão, mesmo tendo os nervos do braço afetados pelo ataque. O autor ainda pode perder um olho, e foi muito ferido no queixo e na barriga, onde teve seu fígado atingido.

Hadi Matar, de 24 anos, invadiu o palco da Chautauqua Institution, localizada na cidade de mesmo nome, a cerca de sete horas de carro de Nova York, e esfaqueou o escritor de 75 anos no pescoço e no abdômen, segundo a polícia. Uma testemunha contou à agência Associated Press que viu o autor receber de dez a 15 golpes. O homem já foi indiciado por tentativa de homicídio.


O autor, que recebe ameaças de morte do governo do Irã desde os anos 1980, caiu no chão, foi socorrido e levado ao hospital de helicóptero, onde passou por uma cirurgia e onde sobrevivia graças a um respirador.
O entrevistador que o acompanhava no evento também foi ferido, mas já recebeu alta. Ainda segundo a polícia nova-iorquina, o suspeito de atacar o escritor foi detido e está sob custódia -Matar estava vestido de preto e mascarado durante o ataque. Ainda não se sabe a nacionalidade ou motivação do agressor e o FBI está envolvido na investigação.
Havia agentes policiais no auditório onde Rushdie foi atacado, com capacidade para milhares de pessoas, mas não um esquema especial de segurança com detector de metais.


Um dos maiores escritores de sua geração e conhecido por suas posições libertárias, Rushdie é perseguido por autoridades iranianas por blasfêmia desde a publicação de "Os Versos Satânicos" em 1988, romance de fantasia considerado ofensivo a Maomé e à fé islâmica.


À época do lançamento do livro, o aiatolá Khomeini defendeu que o escritor fosse assassinado, e a perseguição foi mantida em vigor pelas mais altas autoridades religiosas do Irã. (FOLHAPRESS)