INTERNACIONAL

Suécia encerra investigação contra Assange, fundador do WikiLeaks

O Governo de Quito reiterou nesta sexta-feira (19) a vigência do asilo concedido ao australiano Julian Assange, que se encontra na embaixada equatoriana em Londres desde 2012

Por Com Agências
Publicado em 19 de maio de 2017 | 08:58
 
 
Carl Court/Getty Images

A promotoria pública da Suécia anunciou hoje que decidiu encerrar uma investigação sobre estupro envolvendo o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange.

A decisão veio cerca de seis meses depois de Assange ter sido interrogado por promotores suecos na embaixada do Equador em Londres, por ter supostamente estuprado uma mulher durante visita à Suécia em 2010.

Assange nega a alegação de estupro e não chegou a ser formalmente acusado.

O Equador concedeu asilo a Assange em 2012 e o fundador de WikiLeaks tem vivido na embaixada do país em Londres desde então.

Polícia britânica vai deter Assange se australiano deixar a embaixada equatoriana

A polícia britânica anunciou nesta sexta-feira que vai  deter Julian Assange, fundador do WikiLeaks, se ele abandonar a embaixada equatoriana em Londres por violar sua liberdade condicional quando se refugiou no local, um delito que pode ser punido com pena de um ano de prisão.

A justiça britânica "emitiu uma ordem de prisão de Julian Assange quando não se apresentou ao tribunal em 29 de junho de 2012", recordou a polícia em um comunicado, no qual indica que "está obrigada a executar a ordem", mas o australiano enfrentaria "um delito muito menos sério" quo de estupro, do qual foi suspeito até esta sexta-feira, quando a Suécia arquivou o processo.

"Agora que a situação mudou e as autoridades suecas interromperam a investigação neste caso, Assange continua sendo procurado por um delito muito menos grave", afirmou a polícia britânica.

A Promotoria da Suécia anunciou nesta sexta-feira o arquivamento da investigação por estupro contra o fundador do WikiLeaks, o que encerra uma saga judicial iniciada em 2010.

O ex-hacker australiano, que sempre negou as acusações apresentadas contra ele por uma sueca em agosto de 2010.

O australiano sempre denunciou uma manobra para ser extraditado posteriormente aos Estados Unidos, que se nega a confirmar se tem um processo aberto contra ele.

O temor não desapareceu e o Wikileaks acredita agora que o Reino Unido pode ser o país a enviá-lo para Washington: Londres se recusa a confirmar ou negar se recebeu um pedido de extradição por Julian Assange.

Equador reitera asilo e pedido de salvo-conduto para Julian Assange

O Governo de Quito reiterou nesta sexta-feira (19) a vigência do asilo concedido ao australiano Julian Assange, que se encontra na embaixada equatoriana em Londres desde 2012, disse o chanceler do Equador, Guillaume Long, em uma coletiva de imprensa. A informação é da EFE.

Long reiterou a demanda do Equador às autoridades do Reino Unido para que concedam um "salvo-conduto que permita a Assange desfrutar de seu asilo no Equador", em vez de permanecer em sua embaixada em Londres. "A ordem de detenção europeia contra o Sr. Assange já não tem validade. Esperamos que o Reino Unido conceda com prontidão o salvo-conduto", escreveu o chanceler em sua conta no Twitter.

Long afirmou que o Equador celebra a "decisão de não apresentar acusações a Assange depois do seu depoimento na embaixada de Londres, em novembro de 2016". E comentou que apesar da insistência do Equador, "a promotora sueca demorou mais de quatro anos para autorizar o depoimento, tempo totalmente desnecessário".

O chanceler disse que desde que o Equador concedeu asilo a Assange em 2012, era "urgente e factível" tomar o depoimento na embaixada do país andino e insistiu que desde então, o Equador "foi sempre claro em sua disposição a colaborar plenamente com a Justiça sueca".

"O Equador criticou reiteradamente (os) atrasos injustificados de (a) promotora sueca", indicou o titular da diplomacia equatoriana em sua mensagem.

Atualizada às 13h03.