Resposta

UE declara 'persona non grata' representante da Venezuela no bloco

Medida foi em resposta à decisão de Caracas de expulsar a embaixadora Isabel Brilhante Pedrosa do bloco

Qui, 25/02/21 - 19h07

O Conselho Europeu declarou nesta quinta-feira (25) "persona non grata" a representante da Venezuela, Claudia Salerno, na União Europeia, em resposta à decisão de Caracas de expulsar a embaixadora Isabel Brilhante Pedrosa do bloco.

"Esta é uma resposta à decisão do governo venezuelano de declarar persona non grata a chefe da missão da UE na Venezuela", informou o Conselho em uma breve nota oficial.

De acordo com a nota, o bloco considerou a decisão venezuelana injustificada e "contrária ao objetivo da UE de desenvolver relações e construir vínculos em países terceiros".

Na quarta-feira, o governo venezuelano declarou persona non grata a embaixadora da UE no país, Isabel Brilhante, e deu à diplomata 72 horas para deixar a Venezuela.

A UE, porém, não pode expulsar Salerno do território europeu, já que a decisão cabe exclusivamente ao país hóspede, explicou em julho de 2020 a diplomacia europeia após um embate político similar com Caracas.

Assim, a nota não faz qualquer menção sobre a expulsão de Salerno nem se houve algum tipo de comunicado formal à representação diplomática antes da publicação do comunicado.

Além de ser a representante da Venezuela na UE, Salerno é também credenciada como embaixadora do país na Bélgica e em Luxemburgo.

Venezuela

A Venezuela declarou, na quarta-feira (24) persona non grata e expulsou a embaixadora da União Europeia em Caracas, dando 72 horas para que deixe o país após novas sanções do bloco contra funcionários venezuelanos, anunciou o chanceler Jorge Arreaza na quarta-feira (24). 

“Hoje, por decisão do presidente Nicolás Maduro, entregamos nas mãos da senhora Isabel Brilhante (...) a declaração como persona non grata”, disse Arreaza à imprensa após uma reunião com a diplomata em Caracas. 

A União Europeia chegou a reagir para reverter a decisão do governo venezuelano.

“A UE lamenta profundamente esta decisão, que só levará a um maior isolamento internacional da Venezuela. Pedimos que esta decisão seja revertida”, disse a porta-voz Nabila Nasrali.

Ela acrescentou que a Venezuela “só vai superar a atual crise mediante negociação e diálogo, com o qual a UE está sempre comprometida, mas a quem esta decisão afeta diretamente”.

O governo de Maduro respondeu assim às sanções contra 19 funcionários, incluindo Remigio Ceballos, um dos principais líderes militares da Venezuela; Indira Alfonzo, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE); e dois congressistas. 

Eles foram acusados de prejudicar a democracia após as eleições parlamentares de 6 de dezembro, boicotadas e denunciadas como fraude pelos maiores partidos políticos opositores.

As votações, não reconhecidas por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina, deram ao partido do governo e seus aliados 256 das 277 cadeiras do Parlamento, dando a Maduro o controle do único poder que estava nas mãos de seus adversários.

A União Europeia havia pedido, sem sucesso, o adiamento dessas eleições, visando buscar condições que garantissem a participação da oposição.

Na terça-feira (23), o novo Parlamento pediu a Maduro a expulsão de Brilhante, que ocupava o cargo de embaixadora da União Europeia desde outubro de 2017. Além disso, também pediu para revisar o acordo de funcionamento do escritório do bloco em Caracas.

 

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