MONTEVIDÉU, URUGUAI. O governo uruguaio autorizou a venda de medicamentos à base de compostos extraídos da maconha em farmácias, em um novo passo até a regulamentação total da comercialização da cannabis e derivados no país.
Em um decreto assinado pelo presidente Tabaré Vázquez e publicado na página da Presidência da República, o Executivo anuncia que esses produtos poderão ser vendidos “com receita” emitida por médicos.
O decreto se refere a produtos farmacêuticos medicinais “com cannabidiol como princípio ativo, elaborados a partir de extratos da cannabis em variedades não psicoativas”, ou seja, o cânhamo, com um conteúdo de THC – composto psicoativo encontrado na maconha que se fuma – menor que 1%.
Essa nova disposição, amplamente demandada por pessoas que até agora precisavam pagar grandes quantias de dinheiro para importar estes produtos ou consegui-los mediante doações e compras não autorizadas de produtores locais artesanais, acompanha a decisão do Uruguai de regular o mercado da maconha com fins recreativos.
Essa última fase coloca novamente o negócio vinculado à produção da cannabis no âmbito das farmácias, depois que algumas que vendiam os pacotes de cinco gramas da droga aos consumidores registrados suspenderem a comercialização porque os bancos as impediam de ter contas com eles.
Devido às regulamentações internacionais, os bancos locais, incluindo o estatal Banco República, decidiram congelar sua relação com empresas vinculadas ao circuito de produção e venda de maconha.
Duas empresas privadas produzem a droga em prédios públicos sob a vigilância oficial e 16 farmácias começaram a vendê-la em alguns pontos do país, uma cifra que se reduziu sensivelmente depois da decisão dos bancos.
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