Perto da fronteira com o Brasil

Venezuela: dois mortos e 15 feridos após soldados abrirem fogo contra civis

Grupo tentava defender a entrada de ajuda humanitária internacional na região

Por Da redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2019 | 12:21
 
 

Duas pessoas morreram e outras 15 pessoas ficaram feridas depois que soldados venezuelanos abriram fogo contra civis em uma comunidade indígena próxima à fronteira com o Brasil. 

O ataque aconteceu na manhã desta sexta, em Gran Sabana, quando uma escolta militar se aproximou de uma comunidade indígena de Kumarakapai. Os soldados abriram fogo com balas de borracha e gás lacrimogêneo. 

De acordo com reportagem publicada pelo jornal 'La Nación', houve o enfrentamento quando o grupo de civis tentava defender a entrada ajuda humanitária internacional na região. Ainda segundo a publicação, uma das vítimas é Zorayda Rodríguez, que estava com os filhos quando foi atingida por um disparo. 

Nessa quinta-feira, Nicolás Maduro fechou a fronteira terrestre da Venezuela com o Brasil como resposta às 'provocações' externas, como tentativa de envio de ajuda humanitária a partir de países vizinhos.

Socorro às vítimas

Segundo afirmou em publicação no Twitter o opositor Juan Guaidó, os feridos serão transferidos para um hospital no Brasil porque na Venezuela não há remédios para tratamento médico.

"Eu pergunto às Forças Armadas, é constitucional que abram fogo contra indígenas desarmados?", indagou Jorge Perez, um vereador que diz ter estado presente quando os soldados abriram fogo. "É constitucional matar indígenas?"

Ao menos 30 vizinhos da região foram às ruas após a ação, sequestrando três soldados, segundo Carmen Elena Silva, de 48 anos, e George Bello, porta-voz da comunidade indígena. 

"A maior parte das pessoas apoia a entrada da ajuda humanitária e nós queremos a nossa fronteira aberta", disse Carmen. "Isso é ajuda, não é guerra. Todos os dias morrem mais crianças".

Um porta-voz do Ministério das Comunicações da Venezuela afirmou que não poderia comentar sobre o caso.

Os ativistas pertencem à aldeia Pemones, que se juntou à oposição para buscar a ajuda doada pelos Estados Unidos e por outros países fronteiriços.