Meio milhão de usuários

Novo aplicativo Slack promete enterrar de vez o ‘velho’ e-mail 

É o app de negócios que cresce mais rapidamente; Stewart Butterfield acredita que grandes feitos serão das equipes, não de pessoas

Ter, 31/03/15 - 03h00
Stewart Butterfield acredita que grandes feitos serão das equipes, não de pessoas | Foto: JASON HENRY

São Francisco, EUA. O pessoal da indústria de tecnologia vem cavando o túmulo do e-mail por mais de uma década, mas suas previsões sempre pareceram distantes. O e-mail, apesar de seus efeitos horríveis em nossa vida, é onipresente, acessível, perdoa tudo e aparentemente continua um bom negócio. No ano passado, Amazon, Dropbox, Google e Microsoft anunciaram iniciativas relacionadas ao e-mail.

Ainda assim, é possível divisar um futuro em que ele será suplantado por outras ferramentas, que permitirão que as pessoas colaborem em grandes grupos e forçarão as empresas a atingir o grau de transparência da informação que muitos nas indústrias de tecnologia – pelo menos – acreditam ser essencial.

O melhor exemplo desse tipo de sistema de comunicação vem da Slack, uma start-up de São Francisco, na Califórnia. Ele se parece com vários outros aplicativos para conversas em grupo que já estão em uso, como AOL Instant Messenger ou o mais nerd Internet Relay Chat, conhecido pela sigla IRC.

O Slack tem características que não são comuns e fazem com que seja perfeito para o trabalho, incluindo arquivamento automático de todas as interações, um mecanismo de busca bom e a habilidade de trabalhar em qualquer equipamento que a pessoa queira. Como fica hospedado online e pode ser customizado, o Slack também é fácil de ser instalado e mantido pelos departamentos de tecnologia das empresas.

Essas características ajudaram a tornar o Slack o aplicativo de negócios que cresce mais rapidamente na história. Depois de um ano em operação, ele hoje serve cerca de meio milhão de trabalhadores todos os dias como um substituto parcial para o e-mail, mensagens instantâneas ou reuniões presenciais.

Sua base de usuários dobra a cada três meses, de acordo com Stewart Butterfield, cofundador e presidente. Butterfield prevê que até o fim do ano, de 2 a 3 milhões de pessoas no mundo todo estejam usando o programa.

Apesar de oferecer uma versão gratuita, a empresa ganha dinheiro cobrando uma taxa mensal de US$ 6,50 ou mais por usuário para que tenham acesso a outros recursos. Butterfield diz que a companhia ainda não dá lucro, mas suas despesas são “de cerca de US$ 200 mil por mês”, relativamente pequenas para quem emprega mais de cem pessoas.

Talvez mais impressionante que o crescimento do Slack é sua abrangência. O aplicativo vem sendo usado como meio de comunicação principal de empresas de todos os tamanhos em uma variedade de setores. Entre os clientes estão a Comcast, o Wal-Mart, a Blue Bottle Coffee, um grande número de start-ups e empresas de mídia, incluindo o “New York Times”.

Atrás do crescimento do Slack está a grandiosa visão de Butterfield para o futuro do escritório. Ele aposta que o trabalho solitário vai minguar e que, como todas as nossas tarefas se tornam mais complexas, mais e mais feitos criativos e técnicos serão alcançados por equipes, e não por funcionários solitários.

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