Eleições 2020

Álvaro Amaral adia projeto político e fecha com Vittorio Medioli

Decisão foi comunicada em vídeo publicado nas redes sociais, no qual o advogado afirma que a retirada se deu por causa de uma decisão da cúpula do Partido Progressista

Por Vittorio Medioli

Publicado em 17 de setembro de 2020 | 21:38

 
 
Vittorio Medioli
Colunista de Opinião
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Em um vídeo publicado nas redes sociais, na última quarta-feira (16), Álvaro Amaral Franco, mais conhecido como Alvinho do Bio, em referência ao seu pai, o saudoso ex-prefeito Newton Amaral Franco (1973-1976 e 1983-1985), comunicou que adiou seu projeto político e não disputará mais a Prefeitura de Betim nestas eleições.

Segundo ele, a retirada do seu nome se deu em função de uma decisão da cúpula partidária do Partido Progressista, ao que ele se filiou no início de 2020. Na ocasião, o advogado ainda anunciou que vai caminhar com Vittorio Medioli na disputa majoritária. 

“Sou totalmente comprometido com a democracia e, por pensar em política como um instrumento de transformação das pessoas e não um processo de enriquecimento individual, respeito as decisões do partido ao qual estou filiado. Tenho sonho de continuar o legado que meu pai, o Bio, deixou para a cidade”, disse Alvinho no vídeo.

Em entrevista ao jornal O Tempo Betim, o advogado deu mais detalhes sobre a reviravolta no pleito e falou sobre os motivos de apoiar Medioli.

Por que o senhor decidiu se candidatar a prefeito?

Há muitos anos, milito na área criminal. Sou pós-graduado em ciências criminais e desenvolvi projetos de inclusão social, através do esporte de aventura, área que acredito ser um instrumento de inclusão. Sempre fui filiado ao MDB, partido do meu pai, e, nas últimas eleições, me candidatei a vereador, tendo mais de mil votos, mesmo sem recursos. Neste ano, fui convidado pela direção estadual do PP a ser candidato a prefeito, propondo renovação, dar continuidade ao legado do meu pai. Com isso, nós (Alvinho e o grupo de apoiadores dele) ajudamos a montar a chapa de vereadores e a comissão provisória do PP.

O que aconteceu depois?

Após o período das filiações partidárias, sentimos a desconstrução do nosso nome, não éramos mais chamados nem para as reuniões do diretório municipal. Na convenção partidária, não fui convidado. Por seis meses, solicitamos ao presidente municipal do PP que nos levasse ao presidente estadual para mostrarmos nossas propostas, o que não foi feito. Foram sérias questões políticas que nos fizeram nos sentir alijados do projeto. A situação chegou a tal ponto que houve reuniões com outros prefeituráveis na sede do partido. 

Foi isso que culminou com o rompimento do seu grupo com o diretório municipal do PP?

Na verdade, a direção me informou em reunião que não haveria mais majoritária. Diante dessa desconstrução, dessa falta de respeito, decidi me afastar da comissão.

Porque decidiu apoiar Vittorio Medioli?

Optamos por Vittorio Medioli pela austeridade nas contas públicas, na transparência das obras de contrapartida. Em uma reunião que tive com ele, Vittorio mostrou como estão as contas públicas, a seriedade da administração e a importância de dar continuidade nesta transformação. Muitas obras e projetos estão no meio do caminho, e precisamos dar continuidade.

Caso Vittorio seja reeleito, como será a postura do seu grupo?

Nos colocamos à disposição dele, mas não há fatores condicionantes. O que oferecemos (Alvinho e apoiadores) foi nossa força de trabalho e nossas intenções. Podemos contribuir, seja dentro ou fora. O que for bom para Betim, podem contar com a gente. 

Então, como o senhor avalia que seria a sua contribuição?

Sou o terceiro de seis filhos de Newton e Rosa Amaral Franco. Meu pai era um homem de respeito com a coisa pública, com o cidadão, preocupado em organizar a cidade para o crescimento que viria. O Bio vem de uma família de betinenses, era topógrafo e rodou o Brasil demarcando obras, levando extensão elétrica, abrindo estradas. Ele tinha como diferencial a preocupação, já naquele tempo, de preparar Betim para o crescimento vertiginoso que as cidades metropolitanas já estavam recebendo e ele tinha plena consciência que se Betim não fosse industrializada, teria vários problemas sociais futuros. Por isso, ele trouxe para Betim a Fiat, construiu a escola Gigante da Vila, o Horto Municipal. Ele era um homem visionário, e é esse legado que eu carrego e que quero trazer para a cidade para ajudar na reconstrução de Betim. 

Veja o vídeo publicado por Álvaro Amaral: