Campanha

Pobreza menstrual: alunas de Betim arrecadam absorventes pra serem doados

Até agora, mais de 400 pacotes do item foram arrecadados no próprio colégio pra serem entregues em uma escola pública no Citrolândia

Publicado em 12 de agosto de 2022 | 15:47

 
 
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Pesquisa “Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos”, lançada em 2021 pelo Fundo de População das Nações Unidas e pelo Unicef, aponta que, no Brasil, 4 milhões de meninas sofrem com ao menos uma privação de higiene nas escolas, o que inclui a falta de acesso a absorventes. Dessas, quase 200 mil não possuem condições mínimas para cuidar da menstruação na escola.

Para mitigar essa triste realidade, Gabriela Aender Mesquita Reis, de 15 anos, Gabriela de Lima Ruas Fernandes, de 17, Larissa Furlan Ferreira de Abreu, de 15, Maria Clara Bastos do Amaral Fonseca, de 15 anos, e Maria Clara de Souza Graças, de 16, todas alunas do Colégio Santa Maria Minas-Unidade Betim, situado no bairro Angola, decidiram se unir e criaram uma campanha para arrecadar absorventes.

“Ficamos muito surpresas ao descobrirmos que uma em cada quatro meninas brasileiras não tem acesso a nenhum produto de higiene menstrual e utiliza um pedaço de pano, jornal e até mesmo miolo de pão para tentar conter o fluxo menstrual. Também nos chamou a atenção saber que muitas garotas faltam à escola no período menstrual, e que isso acaba prejudicando a formação delas”, pontuam as estudantes do Santa Maria. 

Até agora, mais de 400 pacotes do item foram arrecadados no próprio colégio. Todo material será doado a alunas de uma escola pública de Betim, localizada na região do Citrolândia. “É chocante saber que muitas pessoas sequer sabem o que é a pobreza menstrual. Infelizmente, essa é uma realidade de muitas brasileiras, que acontece devido às desigualdades sociais”, completam as alunas.

Política pública

Atualmente, tramita na Câmara de Betim o Projeto de Lei nº 6950, de autoria do Executivo, que institui a “Política Municipal de Enfrentamento da Pobreza Menstrual”.