ACÍLIO LARA RESENDE

Lula e Bolsonaro não são favas contadas para as eleições de 2018

O futuro do nosso país depende dos votos dos brasileiros

Por Da Redação
Publicado em 07 de dezembro de 2017 | 03:00
 
 
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De acordo com pesquisa divulgada pela “Folha de S.Paulo” no último domingo, o ex-presidente Lula, com 34% dos votos, lidera com folga a disputa para a Presidência da República em 2018. Lula lidera, também, em quase todas as simulações de segundo turno. O estranho é que o país mudou, mas o petista segue com o velho discurso.

Ocupa o segundo lugar – para alguns em definitivo – o ex-capitão do Exército e atual deputado federal, por sete mandatos, Jair Bolsonaro. Ele tem, exatamente, 17% das intenções de votos. Intérprete, hoje, de uma direita raivosa, além de radical, Bolsonaro, acompanhado de sua trupe, crê, piamente, que esse é o quadro que terá pela frente no segundo turno das eleições do ano que vem. Aliás, Bolsonaro tem dito que já salvou o Brasil uma vez (referindo-se ao regime civil-militar de 1964) e que, por esse motivo, tem condições de salvá-lo mais uma vez.

Por mais que alguns competentes analistas desfilem argumentos que chegam até a assustar, ainda não me convenci de que o quadro nas eleições do ano que vem terminará assim: Lula de um lado, Bolsonaro de outro. A água que ainda passará por debaixo dessa ponte da incerteza provocará, sem nenhuma dúvida, muitas alterações de um cenário que não tem “fava contada”. Lula, por exemplo, dificilmente, por uma razão, proveniente da Justiça, ou por outra, proveniente dele próprio (e não vai aqui nenhum mau agouro, pois nunca desejaria mal a ele), será candidato. Esse papel que desempenha hoje – o de ser o brasileiro mais perseguido de todos os tempos – é o de que dispõe. A meu ver, os eleitores que votarão em 2018 não serão os mesmos que votaram em eleições recentes ou passadas. E os eleitores que votarão pela primeira vez estão cada vez mais convencidos de que o Brasil precisa mudar.

A decisão de Marina Silva de ser candidata outra vez (ela obteve 20 milhões de votos em 2014) foi divulgada logo depois da pesquisa Datafolha. Com as candidaturas já (quase) postas de Ciro Gomes, Manuela D’Ávila, Geraldo Alckmin, Henrique Meireles, Álvaro Dias, Luciano Huck (num segundo tempo…), João Amoedo, Joaquim Barbosa etc., as eleições de 2018 são uma oportunidade de mudança no país.

Nada, pois, está definido. Até mesmo a esfinge Michel Temer, que bateu todos os recordes de impopularidade como presidente da República, por mais incrível que lhe pareça, leitor, ainda poderá desempenhar algum papel nas eleições que se avizinham. Isso é a vida!

A política, e, sobretudo, os políticos, ao contrário do que os ingênuos imaginam, não vão desaparecer. Sem eles, não haverá democracia. Serão eles, com suas (poucas) virtudes e (muitos) defeitos, que protagonizarão as eleições de 2018. Esperemos que, lá, estejam conscientes de que o eleitorado mudou, está mais exigente e ainda mais convicto de que o regime democrático é o único que convém ao Brasil.

A tarefa mais difícil estará com o futuro presidente da República, seja ele quem for. Se não entender que há reformas indispensáveis e urgentes a fazer e que é preciso agir para acabar com o ódio na política e, mais que tudo, botar fim ao fosso social que separa os brasileiros, aí, sim, a história, com certeza, em futuro muito próximo, será outra. Temos, pois, que entender que só há uma escolha em 2018 – a do exercício do voto. Nada de não comparecer às urnas ou de anular o voto. Haverá, sempre, entre os candidatos, algum que honrará nossa confiança.

O futuro do nosso país depende dos nossos votos!