Acilio Lara Resende

Acílio Lara Resende é jornalista e escreve às quintas-feiras

Acílio Lara Resende

O problema está na busca de solução para tanto assunto

Publicado em: Qui, 23/01/20 - 03h00

A dúvida que me ocorre neste instante, leitor, não é pela falta, mas pela grande quantidade de assuntos à disposição de qualquer escriba, como costuma dizer o jornalista Tílden Santiago. Por exemplo: o perigo no uso das redes sociais por pessoas despreparadas e sem conhecimento do que seja liberdade; a censura de um filme ou o avião abatido pelas forças militares do Irã (só um acidente, que provocou a morte de muitos iranianos e pessoas de vários países?); o que aconteceu a Belo Horizonte, que se desfigurou no tempo – planejada para ter 200 mil habitantes, hoje tem mais de 2,5 milhões, além de mais de 3 milhões de veículos; o juiz de garantias, que o ministro Sergio Moro sugeriu que fosse vetado, mas acabou sancionado pelo presidente; além de outros, que me olham, me desafiam e, pior, tumultuam minha mente.

Atenho-me, por ora, a dois: ao especial de Natal, do grupo Porta dos Fundos (“A Primeira Tentação de Cristo”), que, segundo Hélio Beltrão, contém “piadas avulsas, ao lado de um enredo centrado em achincalhar Jesus Cristo, a Virgem Maria e Deus, que figura como um sujeito asqueroso”; e à entrevista, na semana passada, do ex-senador Cristovam Buarque ao jornal “O Globo”. Como o espaço é curto, sobre a censura imposta ao horroroso especial, uma única observação: estou de acordo com o que disse Hélio Beltrão em seu artigo à “Folha de S. Paulo”: “O único controle da mídia necessário é o controle remoto”.

O ex-senador Cristovam Buarque, que perdeu a última eleição, foi governador do Distrito Federal e ministro da Educação de Lula (foi demitido do cargo por telefone). Já foi petista, pedetista e hoje pertence ao Cidadania. Seu livro – “Por que falhamos – o Brasil de 1992 a 2018” –, que está sendo traduzido para o inglês (ainda não o li, mas espero lê-lo), pelo que diz na entrevista, contém verdades sobre os erros do “bloco progressista” responsáveis pela eleição do atual presidente.

O bloco democrata progressista, segundo ele, reunia PSDB e PT, além de outros partidos menores. O livro arrola 24 erros que o levaram ao ostracismo: “PSDB e PT se comportaram como inimigos, e não como parceiros preocupados com um projeto de país. Faltou-nos uma bandeira. A única utopia viável era o Brasil ser um dos melhores países do mundo em educação, uma estratégia para que, em 20 ou 30 anos, os pobres tivessem escola tão boa quanto a dos ricos. Tolerou a corrupção, o aparelhamento do Estado, e conviveu com as mordomias”.

Enfim, mais dois episódios, que não podem passar ao largo: a demissão do patético Roberto Alvim e a nomeação da atriz Regina Duarte para a Secretaria Especial de Cultura. O outro se foi, vítima de alguma trama diabólica… A segunda reacende a esperança.

Até quando Regina nos manterá esperançosos? É o que todos desejamos saber imediatamente.

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