Ana Paula Moreira

Jornalista esportiva. Editora adjunta do caderno Super FC dos jornais O Tempo e Super Notícia, escreve quinzenalmente às quintas-feiras

Meus desejos para o esporte em 2018

Publicado em: Qui, 04/01/18 - 02h00

Ano novo, vida nova. A frase é clichê, mas a virada de ano é uma ótima oportunidade para refletirmos sobre o que queremos para os próximos 365 dias. É tempo de atentar para as mudanças que queremos para o mundo e para as que podemos começar em nós mesmos. É época que fazemos várias resoluções e pedimos um monte de coisas que almejamos alcançar. Portanto, aqui vão os meus desejos para o esporte brasileiro neste ano.

Faltam pouco mais de cinco meses para a Copa do Mundo da Rússia, principal evento futebolístico do planeta. Claro que, como a grande maioria dos brasileiros, eu torço para o hexacampeonato da seleção canarinho, sonho com mais atuações de destaque de Neymar, Gabriel Jesus e companhia e para ver o verde e amarelo dominar o mundo novamente.

Mas, mais do que isso, eu quero ver em 2018 a continuação das investigações dos crimes de corrupção no mundo do futebol, e principalmente, a punição para os condenados. Quero ver os nosso antigos dirigentes, que estão há anos no poder – na Fifa, na Conmebol, na CBF – darem lugar para gente mais nova e mais competente e com menos rabo preso.

Quero ver mais ética e transparência nas esferas que comandam o esporte brasileiro, desde o ministro até os presidentes das confederações de cada modalidade. Quero ver o dinheiro público destinado a quem deve ser por direito, ao desenvolvimentos dos atletas, desde a base até o alto rendimento. Quero ver a continuação dos investimentos e não a queda brusca do apoio governamental após os grandes eventos no Brasil (Copa do Mundo e Olimpíadas).

Que em 2018 a gente veja mais respeito entre torcedores adversários e menos violência. Isso vale para todo mundo e em qualquer lugar, mas é triste ver torcidas se digladiando antes, durante e depois de uma partida de futebol. E o pior é que estamos tão acostumados com tanta bestialidade e selvageria que nem nos assustamos mais. Que isso não ocorra neste ano.

Anseio também para que chegue logo o dia em que não ouviremos mais gritos e cânticos homofóbicos, machistas, misóginos e racistas no ambiente esportivo, e para que esse público, regularmente deixado de escanteio, encontre acolhimento e segurança nesses espaços.

Desejo que a mulher tenha seus direitos respeitados em qualquer área em que estiver atuando. Aqui falo da mulher atleta, que possa ter a mesma visibilidade que um homem, o mesmo salário, o mesmo apoio. Falo da mulher torcedora, que possa frequentar e incentivar o seu time com a mesma tranquilidade que um torcedor homem. Que ela não seja assediada ou excluída pelo simples fato de ser mulher.

Torço para que tenhamos mais mulheres em postos de comando no mundo esportivo, como técnicas e dirigentes. E que elas tenham as mesmas oportunidades e tempo para trabalhar que seus colegas homens. Também espero ver mais mulheres na cobertura esportiva, como repórteres, narradoras, comentaristas, editoras.

Que 2018 continue a mudança que começou nos últimos anos e seja um ano cada vez mais empático, inclusivo e democrático também no âmbito esportivo. 

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.