Opinião

Abril Azul: mês de conscientização sobre o autismo

Informação para acolher e apoiar as pessoas com TEA

Por Jaqueline A. Guimarães Barbosa
Publicado em 16 de abril de 2024 | 07:20
 
 
Jaqueline A Guimarães Barbosajpg Foto: Ilustração/O Tempo

O mês de abril, em específico o dia 2, foi escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como destinado a sensibilizar toda a sociedade sobre o autismo e a inclusão destas pessoas na sociedade. O autismo se refere a um transtorno do neurodesenvolvimento que pode levar a um desenvolvimento atípico, com déficit principalmente na comunicação e na interação social, o qual atinge mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.

Atualmente ele é classificado como um espectro, tendo em vista a ampla variação de características que pode ocasionar e os diferentes graus de necessidades que as pessoas acometidas podem apresentar. Assim, passou a ser denominado “Transtorno do Espectro Autista” (“TEA”), o qual pode ser classificado como leve, moderado ou severo. O diagnóstico pode ser feito na infância, geralmente a partir dos 3 anos, por meio da identificação de sintomas de cunho emocional, motor, cognitivo ou sensorial, como dificuldades na fala e na socialização, movimentos repetitivos e dificuldades de compreensão.

O suporte terapêutico, que deve ser oferecido por equipe multiprofissional e em ações integradas na rede de atenção em saúde, visa propiciar maior autonomia e qualidade de vida às pessoas com autismo. 

Cabe lembrar que o autismo se configura como um tipo de deficiência, e, portanto, para efeitos legais, as pessoas autistas têm o mesmos direitos que Pessoas com Deficiência (PcD), incluindo aqueles específicos relacionados ao atendimento de suas singularidades.

Entretanto, observa-se que o TEA é ainda pouco conhecido, e os obstáculos para conseguir o atendimento necessário e adequado são muitos, o que dificulta não só o desenvolvimento, mas a acessibilidade e inclusão dessas pessoas, situações essas ocasionadoras de muito sofrimento e desgastes aos pais e às pessoas com o transtorno.

Nesse sentido, cabe a todos procurar se informar sobre tal condição, a fim de acolher essas pessoas, onde quer que seja, como em escolas, shoppings, aeroportos, clubes, serviços de saúde, considerando suas especificidades e direitos. O cordão de girassol é um acessório diferenciado, criado na Inglaterra em 2016, para facilitar a identificação de pessoas que possuem deficiência não perceptível. O cordão de quebra-cabeças identifica especificamente as pessoas com autismo.

Jaqueline A. Guimarães Barbosa

(*) Docente da Escola de Enfermagem da UFMG. Vice-coordenadora do projeto de extensão “Ação Multiplicadora: Uma proposta de inclusão social e acessibilidade na Escola de Enfermagem da UFMG”