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Opinião

Feedback em tempos de trabalho remoto

Publicado em: Qua, 03/06/20 - 03h00
"Um dos desafios é a falta de interação diária, frente a frente, para avaliar a performance da equipe e dos colaboradores, individualmente" | Foto: Pixabay/Divulgação

Tenho pensado em uma expressão que vem sendo muito utilizada e que acho não faz sentido: “mundo pós-pandemia”. Isso não existe, porque o mundo não entrará em stand by para esperar a pandemia da Covid-19 passar. Temos que correr para nos adaptar e materializar a expressão “trocar a roda do carro enquanto ele está em movimento.”

Nossa adaptação tem que acontecer agora, já, pois esta é a nova realidade. Nela, de forma definitiva, está o trabalho remoto, que veio para ficar. Empresas de grande porte como a XP Investimentos e Facebook já anunciaram que manterão o home office pelo menos até dezembro. Outras, como o grupo médico Sabin, que nem todo grupo voltará ao trabalho in loco; não por redução de quadros, mas porque o trabalho em casa mostrou-se vantajoso. O home office veio para ficar.

Se essa modalidade traz vantagens para ambos os lados – organizações e colaboradores – abre, também, questionamento sobre os processos de feedback, uma vez que estes são baseados em observações, dados e comunicação efetiva a partir do contato entre as pessoas. Como ficará essa dinâmica entre colaboradores e líderes dentro de uma organização? A forma de se relacionar vai mudar. Será que as pessoas estão preparadas?

Cabe, novamente, a metáfora do carro em movimento, pois novas dinâmicas já estão sendo criadas para que o processo da comunicação e o feedback sejam efetivos. Precisam, as organizações criar um plano que melhore a comunicação interna a partir do ambiente externo, para manter equipes engajadas, pois o feedback efetivo resulta da combinação entre comunicação e relacionamento baseado na confiança.

Desafios

Quando falamos de feedback e home office, um dos desafios é a falta de interação diária, frente a frente, para avaliar a performance da equipe e dos colaboradores, individualmente. Para suprir esse espaço, as organizações devem prever novos conjunto de métricas para os processos de feedback. Criar rotinas de motivação e engajamento por meio de telefone, vídeo chamadas ou quaisquer outras ferramentas capazes de aproximar gestores, colaboradores e as estruturas organizacionais como um todo.

A maturidade é esperada de ambos lados: colaboradores precisam assumir a parte que lhes cabe, gerenciar o próprio tempo, se comprometerem com as entregas. Já as organizações precisam saber orientar seus liderados, mantendo os canais de comunicação abertos.

Estamos vivendo um momento delicado e as pessoas precisam começar a entender mais sobre inteligência emocional, maturidade, responsabilidade e gerenciamento mental. In loco ou de casa, atitudes como respeito, comprometimento, senso de responsabilidade e organização continuarão sendo demonstradas pelas pessoas. Seja no mundo pré ou pós pandemia.

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