Cadu Doné

Galo: dúvida maravilhosa

O Galo anda iluminado. Merecidamente. Excelente trabalho da diretoria, do presidente Sérgio Coelho, de Rafael Menin, de Cuca...

Por Cadu Doné
Publicado em 19 de novembro de 2021 | 03:00
 
 

O Galo anda iluminado. Merecidamente. Excelente trabalho da diretoria, do presidente Sérgio Coelho, de Rafael Menin – que, dos 4 “Rs”, à parte a óbvia ajuda de todos no que tange ao planejamento macro e à injeção de um notável aporte financeiro, é a figura entre os mecenas que mais tem atuado na seara do futebol diretamente –, de Cuca, melhor técnico em atividade do país – e digo isso há bastante tempo, bem antes de o sucesso atual ter se materializado... Neste fim de uma temporada que dá pinta de que poder ser histórica, dona de grandiloquência quase imensurável, contornos, detalhes que sorrateiramente encantam um torcedor já abduzido pela fase excepcional. Keno, craque da era Sampaoli que, envolto em problemas físicos, andava um tanto escanteado, voltou a resplandecer. Com isso, a escolha do time principal ganha sabor renovado.

Time ideal
Pensemos no seguinte: Allan, nos últimos tempos, firmou-se contundentemente – o camisa 5 que, no Fluminense, despontou como meio-campista altamente diferenciado, hoje desfila em campo como marcador implacável e construtor dono de refinamento que o posiciona provavelmente como o melhor primeiro volante do Brasil; Jair, com sua aptidão para entrar na área de modo tão inteligente quanto incisivo, implacável, notável em sua maneira vertical de atacar os espaços na fase ofensiva, superou adversidades físicas para se sustentar qual complemento ideal para os atributos de Allan – meio-campo que começa com uma combinação meticulosamente edificada.

Onde ele joga?
O que dizer de Zaracho? Outrora um “8” combativo e criativo. Em vários momentos, o “10” que esbanja qualidade para construir e entregar para preencher lacunas sem a bola. Partindo da direita para flutuar por dentro aproveitando buracos entre zagueiros e volantes dos oponentes, para conceder ao seu escrete superioridade numérica, para surpreender e pisar na área concluindo, funcionando como discreto e eficaz artilheiro, o argentino ainda auxilia o lateral-direito. Técnica e inteligência tática.

E o resto?
Se o craque ex-Racing salta aos olhos, praticamente inquestionável, como peça absoluta para ocupar o flanco direito, eis a melhor das dúvidas: Hulk, melhor jogador do Brasileiro, tem cadeira cativa; Nacho não pode ser esquecido como uma das principais estrelas da companhia; Keno recuperou a forma, e Diego Costa, aquisição genial, passou rapidamente a responder. Três alternativas de primeiríssima linha para duas vagas. Quem sai? Keno, Diego ou Nacho? Hulk “9”, por trás do centroavante?

Detalhe subestimado
Com a entrada de Diego Costa, naturalmente, Hulk deixou de atuar como o homem mais avançado do conjunto. Ao contrário do que a maioria imaginava, o super-herói não retornou ao ofício que o consagrou ao longo de sua trajetória: uma espécie de ponta pela direita que, com sua potente canhota, brilhava puxando a bola para a esquerda driblando e finalizando primorosamente. Cuca vem posicionando sua pérola pelo centro, transitando por trás de Diego Costa – Nacho aberto. 

Vale a pena?
Infinitas possibilidades: valeria sacar Jair, trazer Zaracho para labor defensivo, e encaixar os quatro craques mais ofensivos?