Candido Henrique

Editor do Portal O Tempo e jornalista esportivo por mais de uma década, escreve no Super FC aos domingos

O técnico é Cuca ou nada mais

Publicado em: Dom, 11/02/18 - 02h00

A diretoria do Atlético chegou a um limite perigoso em sua relação com a torcida. Com a demissão de Oswaldo de Oliveira, a vaga de treinador está aberta e, para ter paz no início do trabalho, só um nome se encaixaria: Cuca. A sombra de Cuca é enorme e continuaria assustando qualquer outro treinador que fosse anunciado pelo clube.

Campeão da Libertadores 2013 e pai do estilo “Galo Doido”, o treinador tem mais de 70% de aprovação nas enquetes realizadas pelo SuperFC nas redes sociais.

Fora isso, o perfil de elenco formado pelo Atlético encaixa com o futebol que Cuca gosta de praticar, com jogadores mais agudos no ataque. Isso vai de encontro com o desejo da arquibancada, que se apaixonou pelo “Galo Doido”.

No entanto, é bom dizer que a aposta em Cuca não tem 100% de eficácia. Este time do Galo não tem a qualidade daquele formado pelo treinador em 2012 e que ganhou a América no ano seguinte.

Não há um jogador como Bernard no atual elenco alvinegro. A dupla de defesa ainda é uma incógnita. E esqueçam a maestria de um camisa 10 como Ronaldinho Gaúcho.

Semelhanças

O desafio de Cuca neste Atlético seria grande. Algo parecido com o que encontrou no clube quando chegou, em 2011. Naquele ano, ele obteve sucesso. Salvou o time do rebaixamento no Brasileiro e encaminhou a montagem do elenco brilhante.

Sob esse desejo é que Cuca seria bem-vindo pela torcida. No entanto, a cobrança que ele encontraria também seria maior. A arquibancada sonha em voltar a ser campeã, e o próprio presidente Sérgio Sette Câmara colocou o Campeonato Brasileiro como ambição.

E se não vier?

Caso o técnico escolhido seja outro, esse viveria sob a sombra de Cuca no primeiro momento de turbulência. Ele teria que fazer um trabalho que dê liga rapidamente. Assim, para o ambiente do clube e da torcida, Cuca seria a melhor opção.

Se Cuca fracassar, acaba também com seu fantasma no Atlético. Lembrando que isso aconteceu no Palmeiras, no ano passado, quando foi chamado logo depois da demissão de Eduardo Baptista. No retorno, não repetiu a campanha de 2016 e fechou o ciclo.

Nervosismo

Desde a demissão de Levir Culpi, o Galo vive em estado de nervosismo. Nenhum treinador conseguiu se manter. Todos tiveram o trabalho questionado nas primeiras escolhas que não surtiram efeito, iniciando uma espiral de crise até chegar à demissão.

O desafio de Sérgio Sette Câmara e sua direção é encerrar esse ciclo vicioso e retomar a fórmula que deu certo no fim da gestão de Alexandre Kalil: mais tempo para treinador + time competitivo = títulos importantes.

Mudanças

Para isso, o novo treinador do Atlético terá que trazer mudanças também dentro de campo. Oswaldo conseguiu que o time alvinegro jogasse apenas 18 minutos nesses primeiros jogos do Galo. Depois, fracassou.

Há problemas graves defensivos na equipe, e é aí que o Galo deve se preocupar primeiro.

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