Atualmente, vários estilos de cervejas das tradicionais escolas alemã, belga, inglesa e americana são produzidos no Brasil. E muitas, que não se encaixam em nenhum estilo, também são criadas quase todos os dias. A criatividade dos cervejeiros em adicionar novos ingredientes torna as receitas ainda mais especiais. A cerveja comemorativa do Festival Internacional de Cerveja e Cultura (Ficc) 2018, por exemplo, conta com a adição de rapadura e flores de ipês branco e amarelo. Além disso, ela vai maturar em barris de cachaça e vinho. A brassagem – primeira etapa da produção da cerveja – foi realizada na Cervejaria Loba, em Santana dos Montes, região Central de Minas Gerais, por grandes mestres cervejeiros de Belo Horizonte e região, e contou com a participação de Peter Bouckaert, da Purpose Brewing, do Colorado. Na análise dele, que trabalhou na New Belgium, o Brasil tem vários tipos diferentes de ingredientes, como flores e frutas, que devem ser valorizados. “Há muitas coisas boas aqui que poderiam ser usadas. Os lúpulos americanos são bons, mas há algo realmente bonito a ser desenvolvido aqui com esses ingredientes brasileiros”, afirmou. Nessa semana, Bouckaert também participou da produção de uma cerveja do estilo bière de mars na Koala San Brew, cervejaria localizada no Jardim Canadá. “A cerveja vai repousar em barris de jequitibá, madeira brasileira escolhida por Peter, que é especialista em barris e madeiras de todo o mundo”, conta Gustavo Simoni, CEO da Koala. Essa cerveja é fermentada com a levedura (fungo que promove a fermentação) Brettanomyces buckaertii – nomeada em homenagem ao mestre cervejeiro belga por ter sido identificada por ele nos anos 90. A cervejaria já havia produzido uma cerveja colaborativa com Bouckaert em 2017, no Colorado, com madeira e cafés brasileiros.
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