Chico Maia

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Competência estrategicamente não enxergada por muitos

Publicado em: Ter, 29/07/14 - 03h00

Com ou sem Ronaldinho, o Galo vai mal no Brasileiro, empatando em casa e perdendo fora. A torcida ainda espera uma reação que vise a briga nas primeiras posições e não a luta contra o rebaixamento. O Cruzeiro deu um banho de bola no Figueirense, praticando futebol de encher os olhos e gols de bela feitura, resultados de jogadas muito treinadas. Enquanto isso, Dunga se vira para explicar sua atuação como empresário de futebol e a enorme rejeição como velho/novo técnico da seleção brasileira. Por outro lado, o Brasil vê o sucesso extraordinário de Marcelo Oliveira, a maior novidade do país como treinador nos últimos anos.

Competência
Pelo segundo ano consecutivo, o Cruzeiro faz campanha irretocável no Campeonato Brasileiro, jogando bem, dando espetáculos com nova chuva de gols, poucos cartões amarelos e vermelhos, substitutos mantendo o mesmo ritmo dos titulares, quando entram, e disparando na liderança de uma competição das mais equilibradas e difíceis do mundo. Tudo isso com jogadores redescobertos em baixa, descobertos na própria base ou em clubes menores.

Sem padrinhos
Discípulo assumido de Telê Santana, último treinador venerado como amante do autêntico futebol brasileiro, Marcelo Oliveira sequer foi cogitado na CBF para sucessor de Luiz Felipe Scolari, com a cumplicidade da maioria absoluta da imprensa nacional que tanto fala em mudança e resgate do futebol nacional. Fora da imprensa mineira, o único comentarista de veículos nacionais a lembrar o nome do técnico do Cruzeiro foi o Renato Maurício Prado, do jornal “O Globo” e canal Fox Sports.

Sem lobistas
Não é difícil entender essa situação. Marcelo não circula entre intermediadores, dirigentes suspeitos nem lobistas, inclusive da mídia. Se depender de alguma mudança de caráter ou comportamento pessoal da parte dele para chegar à seleção, jamais será chamado. Até nisso ele é semelhante a Telê Santana, que mesmo ostentando números invejáveis como treinador só foi chamado para a seleção no início dos anos 80, porque assumia o comando do nosso futebol um dos poucos dirigentes sérios que a CBF já teve: o empresário carioca Giulite Coutinho.

Depois do incêndio
A CBF estava nascendo em fins de 1979 no lugar da CBD, até então comandada pelo Almirante Heleno Nunes. Assim como agora, o país exigia mudanças, já que a seleção tinha sido eliminada pelo Paraguai da Copa América daquele ano, quando era dirigida por Cláudio Coutinho. Só que, agora, a CBF é uma entidade estranha, malvista e dirigida por cartolas, que não passam nenhuma credibilidade, e as escolhas que fizeram para dirigir a seleção recentemente só reforçam esses sentimentos.

Gratidão
Que a saída de Ronaldinho Gaúcho do Atlético seja do jeito que foi a chegada: respeitosa, festiva e feliz. A gratidão é mútua nessa parceria que foi excelente para ambos. Maior contratação da história do futebol mineiro, repercussão mundial com ótimos resultados dentro e fora de campo. Como foi positiva para ambos, nenhuma das partes tem nada a reclamar, e que o fim seja de agradecimentos e votos de felicidade eterna.

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