CHICO MAIA

Responsabilidades

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 01 de dezembro de 2016 | 03:00
 
 

Tragédia consumada, comoção total, é hora de apurações e responsabilizações. Muitos fatos novos estão surgindo. Um grupo de WhatsApp de pilotos e especialistas em segurança aeronáutica está pipocando diálogos entre eles e um estrangeiro, dono de hangar onde se abastece este tipo de avião. Conversas e frases como: “de acordo com a convenção internacional a Anac permitiria voo fretado desde que a cia. aérea fosse brasileira ou colombiana já que há companhias dos dois países fazem este roteiro, o que não era o caso dessa da empresa da tragédia (o Atlético fretava aviões da Gol para os jogos fora pela Libertadores); a autonomia de voo do avião era a mesma da distância a ser percorrida, sem margem para um imprevisto; de Santa Cruz de La Sierra a Medellín são 3.000 km, a mesma da autonomia; o peso dos equipamentos da delegação, o vento contra e outros fatores não foram considerados ou mal avaliados; o piloto era o dono da empresa e do avião, que é seguro, fabricação inglesa, porém precisa ter plano de voo corretamente programado; dono era venezuelano; economia porca que gerou uma pane seca; comandante omitiu essa pane porque multa que receberia o quebraria”.

Divergências. Recebo todo tipo de comentários, muitos interessantes, outros nem tanto, mas todos merecedores de reflexões. Repasso dois, antagônicos. Do Márcio Amorim e do Pablo de Oliveira. Adianto que, apesar de todo o respeito pelas opiniões do sempre sensato Márcio, discordo dele, já que, antes de falar em “desígnios de Deus” é preciso que se apure eventuais culpas e responsáveis.

Economia. Tudo indica que não houve falha mecânica e sim pane seca em consequência de economia porca de um lado, ganância e omissão do outro. Nesse caso, concordo com as observações do Pablo de Oliveira: Disse o Márcio Amorim: “A vida é feita de mistérios insondáveis. Tentar entender o que aconteceu é o mesmo que tentar desvendar o mistério da nossa existência e da fragilidade da vida humana...”

Ainda o Márcio. “...Há que se refletir e rezar pelos que se foram e pelos que ficaram com esta dor infinita. Não vamos (nem podemos) questionar os desígnios de Deus. O que ficou escrito e que vai retumbar para sempre em nossos corações é que a brutalidade do fato descobre e expõe um sentimento de solidariedade nos quatro cantos do mundo...”

Discordância. Destaco a visão diferente do Pablo de Oliveira para que mostrar como as opiniões dos leitores são completamente diferentes para um mesmo tema: “Absurdo o piloto ter feito esse trajeto com combustível no limite. Viajando de carro por uma estrada onde não conhecemos, se o veículo entrar na reserva já ficamos tensos, imagina um avião...”