CHICO MAIA

Vida difícil, mas cheia de proteções e impunidade

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2016 | 03:00
 
 

A atividade de árbitro é a mais difícil no futebol. Em compensação, ninguém tem tanto poder, proteção e impunidade como ele. Muito pelo contrário, quanto mais polêmico, maiores as chances de ser contratado por uma rede de televisão, aberta ou a cabo, onde ganhará um bom salário como comentarista. Isso, depois de apitar uma Copa do Mundo. Parece que é “prêmio” por serviços prestados a uma das entidades que mandam no futebol, do continente e do mundo. Sandro Meira Ricci parece seguir a cartilha. Através de um especialista em leitura labial, o programa Esporte Espetacular, da Globo, mostrou que o inspetor de arbitragem do Flamengo 2 x 1 Fluminense, senhor Sérgio Santos, disse a ele durante a confusão: “A TV sabe. A TV sabe que não foi gol”. Depois que o Ricci tinha ouvido o bandeirinha e validado o lance. Espantado, o comentarista de arbitragem da emissora, ex-árbitro Paulo César de Oliveira, lembrou que em situações como essa o apitador só pode receber informações dos bandeirinhas e do quarto árbitro. “Inspetor não pode ter contato com quem apita ou passar informação”, disse. Minutos depois a CBF informava que o assunto está encerrado e que o Fluminense pode esquecer a pretensão de anular o jogo.

Seguindo a trilha

Esse Wagner Reway, do Mato Grosso, parece também seguir a cartilha e entrar para o hall dos polêmicos. Validou gol ajeitado com a mão do Botafogo e deixou de apitar pênalti a favor do Atlético, minutos depois. Esperto, não quis nem papo com o bandeirinha, que no lance do gol dos cariocas chamou a atenção dele. Bom aprendiz, viu onde o Ricci errou na quinta-feira.

Manjado

Reway não é virgem em polêmicas. Em 2014, o Internacional gritou ao vê-lo escalado para um jogo contra o Corinthians, já que na rodada anterior ele beneficiou o time paulista contra a Chapecoense. Validou gol de Guerrero, que ajeitou a bola com a mão para marcar o gol da vitória corintiana. Esse mesmo árbitro já deu uma ajuda ao Flamengo transformando um tiro de meta em córner.

Top 5 da incompetência

Em 2012, Wagner Reway estava na lista top 5 da Gazeta Press, entre os “árbitros mais contestados do Brasileirão”. Teve reclamações em três dos seis jogos que havia apitado. O mais polêmico: beneficiou o Flamengo contra a Ponte Preta no empate de 2 a 2 em Campinas. Nos acrescimentos, o que seria tiro de meta para a Ponte foi transformado em escanteio para o Fla.

Mais dele

A imprensa do Mato Grosso diz que esse Reway vai se transferir da federação de lá para a do Rio em 2017, visando crescer profissionalmente. Pelo menos torcedores cariocas não têm o que reclamar dele. Em 2014, ele deu uma força ao Flamengo na eliminação do Coritiba na Copa do Brasil, no jogo da volta, no Maracanã. Quem contou isso foi o gaúcho, ex-árbitro, Carlos Eugênio Simon, no blog dele no portal da Fox Sports, dia 4 de setembro de 2014. O título era: “Em noite infeliz de Wagner Reway, Flamengo avança na Copa do Brasil - Árbitro jovem, e sem muita expressão no cenário nacional, se complicou em lances capitais da partida desta quarta-feira (3), no Maracanã”.

Alias, esse Simon é outro: aprontou muito contra Cruzeiro e Atlético quando apitava. Também apitou Copa do Mundo e depois virou comentarista de rede de TV.

Com a bola rolando

O Galo foi mal demais no primeiro tempo e muito bem no segundo, com as entradas de Leandro Donizete no lugar de Rafael Carioca e Lucas Pratto no de Clayton. No Mineirão, novamente não foi dia de Ábila, que errou pênalti e um gol com a meta escancarada, chutando para cima. O América imbicou de vez com a derrota de 2 a 0 para o Corinthians. Agora é recomeçar e montar time, a partir de já, para a temporada de 2017.