Chico Maia

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Vida nova do Cruzeiro e os prejuízos causados pela seleção

Publicado em: Qui, 03/09/15 - 03h00

A maioria dos amistosos da seleção brasileira serve para valorizar jogadores, gerar grandes negócios e muito dinheiro para empresários e demais envolvidos diretamente. Também para desfalcar os clubes, como agora, quando tira um Douglas Santos do Atlético, que tem dificuldades para repor a peça faltante na lateral esquerda. Menos mal que Patric está rendendo bem, joga em mais de uma posição e pode ocupar a vaga. Mansur é uma incógnita, uma aposta da diretoria, que o contratou do Vitória, na esperança de ter conseguido um jogador “bom e barato”, como às vezes acontece e dá certo. Chegou a ser reserva de Diego Renan. Como diz José Luiz Gontijo, “está sob observação”, entra na cota do “vamos aguardar”, para ver se é reforço ou apenas mais uma contratação.


Apenas um jogo

Outro desfalque importantíssimo no Galo, ontem, foi no meio campo. Rafael Carioca estava suspenso, e o elenco tinha como opções de substituição Josué e Dátolo. Para começar o jogo, sempre prefiro Dátolo. Josué é para segurar um resultado, para esfriar a partida e sossegar o adversário quando esse está em busca de um gol desesperadamente.

Nas costas

O Atlético precisa sempre ter alguém que cubra Marcos Rocha e Leonardo Silva, para que o time não tome gols como tem tomado, e o capitão não seja expulso de novo. 

Esperança

Depois de uma avalanche de erros, o Cruzeiro tenta recomeçar bem a vida com novo treinador. O presidente Gilvan de Pinho Tavares disse que demitiu Marcelo Oliveira e contratou Luxemburgo porque alguns jogadores pediram. Contratou o diretor Isaías Tinoco porque Luxa pediu. Agora disse que, por culpa da imprensa e da pressão “insuportável” da torcida, demitiu a dupla e contratou Mano Menezes, que já estava em Campinas ontem, mas apenas para assistir ao jogo contra a Ponte Preta.

Para que a crise vá embora, só uma sucessão de bons resultados. Mano Menezes é um dos atuais técnicos da moda do futebol brasileiro. Ficou nove meses sem trabalhar porque nenhum clube quis bancar o patamar salarial a que ele chegou. Dos mais caros do país. Não é milagreiro, mas é, reconhecidamente, bom treinador. Caso o time comece a ganhar, será alçado à condição de “herói”. Caso mantenha o ritmo da campanha atual, não tenham dúvida de que terá o mesmo destino de Luxemburgo, mesmo com contrato mais longo. O que agarrou um pouco para que ele assinasse com o Cruzeiro foi o valor da multa contratual, não revelada, mas, certamente, nada barata.


Quando o bicho pega

Toda rodada do Brasileiro, a partir da primeira, é decisiva, porém, quando chega a reta decisiva e os 20 clubes já deram mostras suficientes de aonde podem chegar e que o almejam, o campeonato fica melhor ainda e atrai a atenção de todo o público que torce por algum time ou apenas gosta de futebol. Nessa fase, quase todos os jogos interessam diretamente a atleticanos e cruzeirenses, que, além de torcer para si, secam adversários e torcem por outros, interesseiramente, pelas primeiras posições ou rebaixamento.


Vencer ou vencer

A obrigação de vencer põe pressão em jogadores e comissões técnicas, cujas cobranças são proporcionais à expectativa que se tem de cada um. O Galo não pode perder pontos, em casa ou fora, sob pena de ver o Corinthians se distanciar. O time paulista está em situação semelhante, já que quatro pontos de vantagem são consideráveis, mas em apenas duas rodadas tudo pode mudar. Já tivemos viradas inacreditáveis no Brasileiro, porque a disputa por pontos corridos proporciona isso. Quem está bem na fita pode entrar em crise em caso de tropeços, e quem está no desespero pode se aliviar. Os resultados dentro de campo é que decidem!


Meteu a mão

Esse Vinícius Furlan (SP) é fraco mesmo. Como diria José Luiz Gontijo, “arbitrozinho péssimo dos péssimos”. Na terça-feira, a vítima desse incompetente foi o América, que perdeu de 2 a 1 para o Santa Cruz, em Recife, com o primeiro gol pernambucano irregular. Comentado até pelo ESPN: “Sem artilheiros e com gol irregular, Santa Cruz vence América-MG e tira rival do G-4”.

Com a derrota, o Coelho saiu da terceira posição para a sexta, com 36 pontos. No sábado, pega o Bragantino no Independência, com a obrigação de vencer.

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