Chuteiras e Gravatas

Após Copa, vem aí uma nova leva de estádios
Publicado em: Fri Oct 20 02:00:00 GMT-03:00 2017

A reforma e construção de 12 novos estádios para a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, parece ter instigado o sonho de alguns clubes em ter sua casa própria. Depois do Atlético que, em setembro, aprovou a construção de seu estádio no conselho deliberativo, outras equipes já deram o start para também erguer suas arenas ou, ao menos, reformar os estádios em que jogam hoje. Flamengo, Fluminense, Coritiba, Santos e Ponte Preta têm projetos neste sentido, cada um num patamar, atendendo a suas necessidades.

Todos eles vão na contramão de qualquer padrão Fifa – afinal, não há nenhuma necessidade de atender a padrões de luxo. Os erros foram aprendidos, estudados, não há pressa e nem vontade – ou necessidade – de gastos exorbitantes. Ironicamente, ao mesmo tempo em que a maioria dos estádios do Mundial encontram-se subutilizados, clubes da elite do futebol brasileiro estão convictos da importância de ter um lugar todo seu, identificado com suas cores ou melhorado para aumentar as receitas.

Curitiba

O Coxa trabalha para um novo Couto Pereira. São três alternativas: reformar o atual estádio, derrubá-lo e construir um novo ou levantar uma arena nova em outro terreno. Com o rival Atlético-PR dono de uma casa novinha em folha, existe todo um clamor coxa-branca para igualar o status. No caso de uma reforma, mais simples, o dinheiro poderia sair do futebol, algo que os dirigentes não querem. A intenção é buscar um fundo de investimento, nos moldes do plano de negócios do Galo.

Campinas

No interior paulista, o Moisés Lucarelli, construído em 1947, precisaria de uma modernização em sua estrutura. Pensando em um palco para colocar seu time em campo, a Ponte Preta contratou, neste, ano uma grupo multidisciplinar, composto por três empresas, para cuidar do projeto da nova arena, que seria construída não no terreno do atual estádio, mas na área do CT do clube, no bairro Jardim Eulina. O futuro do Majestoso ainda não está definido.

Rio I

O Flamengo deu, neste ano, o primeiro passo para a construção da casa própria. A diretoria assinou, em setembro, um contrato de opção de compra de um terreno de 160 mil m² na avenida Brasil. O clube, que pensa num estádio de 50 mil expectadores, agora tem 120 dias para elaborar o projeto e assinar a aquisição do local. O Flamengo visitou 42 terrenos no Rio em busca de um local ideal. A construção de um estádio acústico na Gávea chegou a ser cogitado.

Rio II

O estádio do Fluminense, de até 22 mil lugares, seria construído no Parque Olímpico. A ideia é do vice-presidente de projetos especiais do clube, Pedro Antonio Ribeiro Silva. A intenção é aproveitar o espaço e os materiais que foram utilizados durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, como o Estádio Aquático, o que diminuiria os custos. Para sair do papel, além da viabilidade finanaceira, é preciso o apoio político dos clube e das autoridades públicas do Rio de Janeiro.

Santos

O Peixe também já tem um terreno ideal para construir um novo estádio. Seria na sede da Associação Atlética dos Portuários de Santos, com quem o clube dividiria as instalações e áreas construídas. Mas parte do espaço pertence à União e o Peixe discute oferecer um terreno em troca, no Guarujá. A reforma da Vila Belmiro está descartada, por ser pequena e o zoneamento urbano não permitir aumentar a edificação, que atrapalharia a insolação da área.

Farkasvölgyi

Autor do projeto do estádio do Atlético, o arquiteto Bernardo Farkasvölgyi foi consultado pela Ponte Preta para desenhar o novo estádio do time campineiro. Ele, inclusive, se reuniu com gestores da Ponte após a votação que aprovou o estádio do Atlético. Os planos do Galo, aliás, servirão como ponto de partida do Flamengo para viabilizar a obra. Os cariocas busca parceiros para o empreendimento e pensam num contrato com um banco de investimentos.