Chuteiras e Gravatas

Thiago Nogueira é repórter do Super FC e escreve sobre política, finanças, direito, marketing, patrocínios, televisão, games e tudo o que movimenta os bastidores do futebol.

Atlético x Athletico: como surfar nessa onda?

Publicado em: Sex, 25/01/19 - 02h00

Acompanhamos, em dezembro, a polêmica decisão do Athletico-PR de acrescentar o “H” no nome – remetendo à grafia do início do século passado –, além da alteração no desenho de seu escudo. A mudança causou grande repercussão. Foi em alguns pontos elogiada e, em outros, criticada. Presidente do conselho deliberativo da equipe paranaense, Mario Celso Petraglia foi contundente ao dizer que o reposicionamento da marca precisa acontecer por conta do xará mineiro. “Temos também que assumir que o Atlético é o Atlético Mineiro”, afirmou. Quase dois meses depois da alteração no Athletico, que reflexos pode ser sentido no Atlético de cá? O departamento multimídia do Galo informou não ter notado nenhuma diferença no monitoramento das redes sociais e da internet até o momento. Mas, para tentar encontrar reflexos da transformação paranaense nos lados aqui de Minas, bati um papo com o designer Glauco Diógenes, o Mago, dono do canal no YouTube É Quarta-Feira, no qual analisa trabalhos do mundo do design no esporte.

Avaliação

Do ponto de vista ativo, o Mago não viu muita diferença para o Atlético com a mudança no Athletico. Ele ressalta que não dá para comparar, do ponto de vista histórico, o protagonismo do time de Minas em relação à equipe do Paraná. Se você falar “Atlético” para um torcedor comum, que não acompanha tão de perto o futebol, ele vai se reportar ao Mineiro. O clube de Curitiba precisa do complemento do sobrenome “Paranaense” ou da sigla PR para se fazer entender.

Brincadeira

O especialista disse que o Atlético poderia ter pegado a onda da alteração no Athletico para zoar o xará, algo do tipo “somos tão originais que os outros Atléticos estão mudando de nome”. Mas a equipe mineira não entrou em polêmica e perdeu um bom momento para fazê-lo. Quem sabe algo mais adiante, quando as equipes se enfrentarem? O Mago não vê problema nesse tipo de ação, desde que feito em bom tom, irreverente, bem pensado por uma equipe capacitada.

Nome

Se vocês já notaram no Super FC, no portal e nas transmissões da rádio Super 91,7 FM, não chamamos o Atlético de “Atlético Mineiro” ou escrevemos “Atlético-MG”. Outros veículos do Estado também adotam a postura – a exceção se dá em sites e jornais de abrangência nacional. Isso pode soar como bairrismo, mas o nome “Atlético”, de fato, nasceu nas montanhas de Minas e se espalhou. Alguns torcedores nem admitem quando se fala “Atlético Mineiro” por aqui.

Galo

O nome “Galo”, talvez, seja tão ou até mais conhecido do que Atlético. Ele está superassociado ao clube, presente em todas as referências ao alvinegro. Para o Mago, o apelido é algo muito natural, que, repetido à exaustão, se torna portfólio da marca. Por isso, dá para explorar mais os mascotes. O Atlhetico, que criou agora a Família Furacão em substituição ao mascote Cartola, que não pegou, não vai ter a mesma força que o Galo ganhou ao longo dos anos.

Xarás

O Ranking Nacional de Clube da CBF, divulgado em dezembro do ano passado, mostra que o país tem hoje sete times chamados “ Atlético”. Além dos mineiros e dos paranaenses, estão na ativa: Atlético-AC, Atlético-GO, Atlético-ES, Atlético Cearense e Atlético-PE. Esses são clubes profissionais, que já participaram de pelo menos uma competição realizada pela entidade. Além de mais popular, o Atlético Mineiro é o mais antigo de todos, fundado em 1908.

Mais

Se formos considerar equipes que têm Atlético em seu nome completo, a lista seria interminável, como o Clube Atlético Juventus, que é chamado apenas de Juventus, time do interior de São Paulo. Passando à esfera internacional, a relação ainda cresce, como o Club Atlético Boca Juniors ou o Club Atlético de Madrid. É por essas e outras que o codinome Galo costuma se destacar para diferenciar o Atlético, o Mineiro – como é chamado lá fora – , dos demais.

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