Chuteiras e Gravatas

Caboclo será presidente da CBF, e Castellar, vice
Publicado em: Fri Mar 16 03:00:00 GMT-03:00 2018

A articulação política nos bastidores da CBF já definiu Rogério Caboclo, atual diretor executivo de gestão da entidade, como candidato único à sucessão do presidente Marco Polo Del Nero, que está suspenso pela Fifa das atividades relacionadas ao futebol. Castellar Neto, presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF) até o meio do ano, será um dos oito vice-presidentes, representando a região Sudeste. A eleição, que deve acontecer no dia 16 ou 17 de abril, é apenas uma formalidade. Como informou ontem o repórter Martín Fernandes, do Globoesporte.com, a candidatura de Caboclo recebeu o apoio por escrito de 25 das 27 federações estaduais, além de 35 dos 40 clubes das Séries A e B. Presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos tentou costurar uma chapa, mas não conseguiu recolher o número de assinaturas necessárias. Para entrar no pleito, ele precisaria de, no mínimo, contar com o apoio de oito federações e cinco clubes. Mas, como quase todos foram com Caboclo, os planos de Bastos sucumbiram. 

Nomes

Dos oito vice-presidentes, quatro representam regiões do país. Além de Castellar no S<CW-39>udeste, a chapa tem Francisco Novelleto, do Rio Grande do Sul; que representa o Sul, Ednaldo Rodrigues, da Bahia, o Nordeste, e, Antônio Aquino Lopes, do Acre, o Norte. Não há um representante direto do Centro-Oeste. Os outros vices são indicados e já ocupam cadeira na entidade. São eles: Marcus Vicente, Gustavo Feijó, Fernando Sarney e Coronel Nunes, atual presidente em exercício.

Artifício

O posto de vice da entidade virou algo estratégico na composição da diretoria porque, em caso de vacância do cargo de presidente, por suspensão ou renúncia, uma nova eleição é convocada um mês depois da saída do dirigente, mas apenas os vice-presidentes podem concorrer. Antes, quem assumia era o vice mais velho (no caso de agora, o Coronel Nunes). Com a mudança, ele assume, mas por apenas um mês para convocar novas eleições.

Cenário

Os escândalos de corrupção na Fifa, deflagrados pelo FBI, nos Estados Unidos, em 2015, e que resultaram na prisão de diversos cartolas, entre eles José Maria Marin, então presidente da CBF, modificaram o coronelismo na presidência da entidade, pelo menos na perpetuação no poder. Se Ricardo Teixeira ficou 23 anos como presidente, entre 1989 e 2012, nos seis anos seguintes, Cabobclo já pode ser o quarto presidente diferente, considerando a interinidade do Coronel Nunes.

Esquiva

Segunda-feira, na convocação da seleção para os amistosos contra Rússia e Alemanha, o técnico Tite foi perguntado sobre as manobras de bastidores para a eleição de Caboclo como candidato único apoiado por Del Nero. O treinador se esquivou. “Eu não gostaria de receber essa pergunta, porque acho que o momento não é propício”, respondeu. “Se nos foi dado desenvolver o trabalho na seleção brasileira, ele tem que ser com os elogios e críticas pertinentes a ele”, completou.

GreNal

Permita-me mudar de tema para compartilhar uma observação. A discussão entre D’Alessandro, do Inter, e Maicon, do Grêmio, na hora do par ou ímpar, no GreNal do último domingo, teve como pano de fundo os totens dos Postos Ipiranga, patrocinadora do Campeonato Gaúcho. Fiquei me perguntando: será que a empresa gostou ou odiou ver a imagem de sua marca ficar em evidência por todo lado com uma discussão daquelas?

Opinião

Fiz a pergunta em meu Twitter e contei com uma análise dos colegas especializados do site MKT Esportivo: “A empresa já investe alto em comunicação e pagou para estar lá. Neste caso, foi fruto de uma rivalidade, algo que a marca não tem controle nem influência. Pela maneira que repercutiu Brasil afora, acreditamos que não acharam ruim”. Tal qual pregam, perguntei ao Posto Ipiranga, e o marquei no tuíte, o que achavam, mas não me responderam.