Chuteiras e Gravatas
Quantos bilhões uma Copa do Mundo é capaz de movimentar? É difícil chegar a uma conta consolidada, afinal são muitos entes envolvidos nesse megaevento esportivo. São números que passam por investimentos públicos e privados, pelo montante de receitas e gastos previsto pelos organizadores e pelas implicações nos diferentes setores da economia do país-sede. Mas vamos aos valores mais gritantes, que já foram divulgados ou projetados para o Mundial da Rússia, neste ano.
A Fifa tem um faturamento previsto de R$ 6,5 bilhões só com patrocínios para 2018. Apesar de representar uma fortuna, a grana é pouco mais de 8% menor do que há quatro anos, no Brasil. Achou muito? Considerando o ciclo de quatro anos entre as competições, incluindo aí o período de Eliminatórias, a arrecadação é ainda maior. Ainda não há números agora, mas, segundo o balanço financeiro da entidade divulgado em 2015, referente ao período de 2011 a 2014, a Fifa ganhou R$ 8 bilhões com a venda dos direitos de transmissão.
Mais receita
As demais receitas da Fifa crescem em índices bilionários quando se consideram outras fontes, como campanhas de marketing, licenciamento de produtos, hospitalidade, camarotes e serviços para empresas e torcedores VIPs, o que joga o faturamento da Fifa para a casa dos R$ 18 bilhões na Copa do Mundo do Brasil. A receita é 37% maior do que o obtido entre 2007 e 2010, período que se refere aos preparativos para a realização da Copa do Mundo da África do Sul.
Impactos
Os escândalos de corrupção na entidade desgastaram a imagem da Fifa, o que provocou uma retração nos investimentos de patrocinadores na comparação entre 2014 e 2018. A quantidade de parceiros exclusivos diminuiu, assim como o número de patrocinadores regionais. Segundo o site Máquina do Esporte, os patrocinadores específicos caíram de oito para quatro. Apenas Budweiser e McDonald’s continuaram, e juntaram-se a eles a Hisense e a Vivo.
Regionais
Do Brasil para a Rússia, os chamados patrocinadores regionais quase desapareceram. Apex-Brasil, Centauro, Garoto, Itaú, Liberty Seguros e Wise Up divulgaram a sua marca por aqui. Para a competição em solo europeu, o Alfa-Bank é o único firmado até agora. Os parceiros fixos, por sua vez, aumentaram. Gazprom, Qatar Airways e Wanda Group se juntaram a Adidas, Coca-Cola, Hyundai e Visa. Sony e Emirates deixaram de patrocinar a Fifa.
Globo
As organizações Globo devem faturar R$ 3 bilhões com patrocinadores de futebol para este ano de Copa, incluindo o que ela já leva na temporada regular, tanto para a TV fechada quanto para a TV aberta. O pacote da TV aberta inclui seis cotas de R$ 180 milhões. No SporTV também foram seis cotas ao preço de R$ 108,7 milhões cada. Para a temporada regular de 2018, sem a Copa, a Globo vendeu seis cotas por 230 milhões cada. As informações são de Rodrigo Mattos, do Uol.
Pessoais
Não são só a Fifa e a TV que faturam com o maior evento de futebol do planeta. Os jogadores e até os clubes vão de carona nessa. Daqui a pouco, vários atletas estarão participando de comerciais de TV. Em 2014, 12 jogadores e o técnico Felipão tinham contratos publicitários. Tite já está assinado com a Samsung, por exemplo. Só Neymar estima faturar R$ 100 milhões. Os clubes que tiverem atletas convocados receberão R$ 800 mil da Fifa por atleta.
Férias
Este colunista tira duas semaninhas de férias e, por isso, a coluna Chuteiras e Gravatas das próximas sextas-feiras, dias 23 de fevereiro e 2 de março, não serão publicadas. Voltamos à programação normal no dia 9 de março. Aproveito para destacar que as sugestões de temas são sempre muito bem-vindas e podem ser encaminhadas para o email thiago.nogueira@otempo.com.br ou para o Twitter @thiagonoggueira.