TESTE CRF 1000L AFRICA TWIN

A supertrail Honda CRF 1000L Africa Twin é uma das mais interessantes motos que testei. Além de muito gostosa de pilotar, quase não tem vibrações, a gente não cansa nunca. Achei-a muito empolgante e bem-acertada: anda demais, com segurança e firmeza. Agradou-me pelo porte reduzido, se comparado com o de outras, e pelo comportamento agressivo, porém submisso ao nosso controle – fácil de pilotar, de manobrar e muito ágil –, mesmo com o motor forte e atrevido, muito melhor que as de 800 – bem mais potente – e muito próximo das de 1200, mas com a vantagem de ser mais leve e esperto. Ela atende plenamente a proposta de andar em todo tipo de terreno com conforto, agilidade e esportividade, pois o ABS pode ser desligado para o uso em terra. Pilotando na estrada, destaca-se a sua potência (isso mesmo!), pois acelera forte e rápido e reduz com segurança, com a embreagem deslizante impedindo o tranco ou travamento da roda traseira. Na cidade, revela um bom torque, que permite andar bem, com tranquilidade e sem trocas de marcha exageradas. É bom constar que sua beleza chama atenção a toda hora. É claro que os mais baixos terão dificuldades com ela, mas nada que o costume não ajeite. A média de consumo de gasolina foi boa, de 20 km/L, e, por falar nisso, o tanque de 19 L poderia ser um pouco maior, permitindo aumentar a autonomia. Na moto testada, a suspensão estava mais preparada para o uso no asfalto, porém andou bem na terra – se for ajustada ao gosto do freguês, fica melhor. E são inúmeras as regulagens

Motor forte

Quem achar que o bicilíndrico tem pouca potência (90 cv) deve, antes, dar uma voltinha pra saber que parece ser mais. Não há falta de potência, e o nome CRF (de motos de competição da marca) não é em vão. E o comando OHC Unican – eixo único e quatro válvulas por cilindro – é uma tecnologia avançada, oferecendo torque e potência rápido, bastando acelerar. Somam-se a isso as duas velas por cilindro, que fazem a combustão ser mais eficiente, gerando mais energia. E, junto, temos o controle de tração (com três modos), podendo ser mudado num botão, que ajuda muito a pilotagem: tá subindo? Faltou potência? Aperta-se o botão e ela vem logo. Uma maravilha e fácil de operar. A força aparece bem cedo nesse motor moderno, pequeno e muito esperto. E logo surge a vivacidade, que despeja adrenalina. E isso tudo conjugado com a boa suspensão, que nos deixa sossegados nas curvas, confiantes nas retas e tranquilos nas frenagens, com os discos duplos na frente agarrados por pinças radiais, muito eficiente. Ajuda na frenagem também a suspensão dianteira invertida, que atua eficientemente sem mergulhar. Maravilha de pilotar essa máquina, sem causar fadiga nos ombros, pois a posição é muito boa – nem a garupa reclama. Além disso, o funcionamento é grave, mas é suave o som emitido no escape é agradável, reforçando a sensação de força. Testar uma máquina dessas é um presente. Aos leitores, informo que faço o teste como um usuário normal, e essa eu compraria, pois é confortável, bonita, agressiva e agora tem preço razoável: R$ 55 mil. Perfeição só de Deus, mas os defeitos dessa moto, que devem existir, ficam sobrepujados pelas qualidades, que são muitas. A Honda, como a Africa Twin, mirou nas motos maiores de 1200 cc e vai dar muito trabalho à concorrência, pois sua moto ficou mais ágil, esperta e gostosa de pilotar, podendo rodar bem até na cidade. Você também pode andar nela. Vá a uma loja da Honda e pilote você também. A moto foi cedida ao Jacaré pela Honda, através da By Moto - Honda BH, 2128-4300.

Ficha técnica

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