Na última quarta-feira, uma árvore caiu na rua São Paulo, no bairro Lourdes, na região Centro-Sul da capital, derrubando a fiação elétrica e provocando o incêndio de nove veículos que estavam estacionados.
A companhia de eletricidade demorou mais de uma hora para desligar a energia, impedindo que o incêndio fosse combatido. Se num dos veículos estivesse uma pessoa, ela teria morrido por falta de socorro.
A prefeitura tinha um indicativo de que era preciso podar a árvore, mas não executou o serviço. A árvore caiu talvez por fraqueza da raiz, já que não ocorreu nenhum temporal com ventos fortes para derrubá-la.
Acidentes com árvores têm se registrado com frequência na capital. Em 2011, uma mulher morreu, no Parque Municipal, atingida por um espécime de grande porte. No ano passado, foi um taxista dentro de seu carro.
Belo Horizonte era considerada cidade-jardim por causa da sua intensa vegetação urbana, que confere um clima mais ameno à capital. Esta teria cerca de um milhão de árvores, considerando parques e logradouros públicos.
Grande parte dessa vegetação remonta aos primeiros anos da cidade. As árvores estão no fim de seu ciclo vital, precisando ser substituídas. A prefeitura as monitora, mas essa fiscalização falha com frequência.
As quedas acontecem mais na estação chuvosa. Caem sobre a fiação elétrica, deixando os habitantes sem energia, e destroem edificações e veículos. A fiação aérea já deveria ter sido substituída pela subterrânea.
Existem mais de 7.000 pedidos de poda ou supressão de árvores na prefeitura. Se ocorre um acidente com prejuízo ou morte, até o servidor público que não atendeu o pedido pode ser processado por prevaricação.
O poder público é responsável até mesmo pelas árvores localizadas em propriedades privadas, porque o dono não pode cortá-las. Se provada sua responsabilidade civil, ele tem o dever de indenizar os prejudicados.
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