Editorial

Alerta europeu

Lições da segunda onda do coronavírus para a saúde brasileira

Por Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2020 | 03:00
 
 

A decisão de implantar um novo lockdown na França e na Alemanha mostram a gravidade da segunda onda do coronavírus na Europa e servem de alerta para todo o mundo, inclusive para os países onde a pandemia aparenta estar recuando, como o Brasil.

A partir de hoje, no caso dos franceses, e de segunda, para os alemães, bares e restaurantes voltarão a ser fechados, bem como academias e casas de eventos. A entrada de turistas será restrita, e as reuniões públicas não poderão ter mais de dez pessoas. Ontem, o Vaticano determinou a suspensão das audiências públicas com o papa Francisco como forma de prevenção.

As medidas drásticas são uma reação a números não menos dramáticos. A Europa passou o líder em números absolutos de óbitos, os EUA, em mortes por milhão de habitantes. No Reino Unido, as novas internações semanais chegam a 10 para cada 100 mil habitantes. A França, epicentro da segunda onda, tem mais de 500 mortes por dia, número equivalente ao do Brasil, mas com uma população três vezes menor.

A chegada do verão no Hemisfério Norte forçou uma reabertura da economia, principalmente do turismo, antes que o perigo da pandemia estivesse totalmente controlado. Agora, com a chegada do inverno, o vírus voltou a ganhar força, contaminando principalmente os mais jovens.

Esses movimentos devem ser acompanhados e servir de aprendizado para as autoridades sanitárias brasileiras. Estamos,  guardadas as proporções, vivendo dinâmica similar, com a chegada das altas temperatura, jovens com atividade social ativa e relaxamento dos cuidados. Por isso, as medidas profiláticas devem começar já para evitar que, ainda que haja a possibilidade de uma vacina, o fim do nosso próximo verão seja o prenúncio de tempos sombrios.