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Caminho da retomada

Publicado em: Seg, 20/04/20 - 03h52

Muito se tem falado da necessidade de investimento público para a superação da crise, num resgate do pensamento econômico keynesiano em contraposição às escolas liberais que inspiram a equipe econômica. Na mesa do ministro da Casa Civil, Braga Netto, está um plano que pode ser uma ponte entre essas duas vertentes e gerar empregos.

Trata-se de um ambicioso programa de concessões de transporte, elaborado pelo Ministério da Infraestrutura, ajustado às necessidades que surgiram com a emergência da pandemia e que envolve concessões à iniciativa privada e obras em rodovias, ferrovias e sistemas aquaviários, num total de 70 empreendimentos em todo o país.

Em Minas, o programa prevê tirar do papel a duplicação da BR–381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, projeto que se arrasta há anos por um misto de inviabilidade financeira dos contratos e conflitos políticos.

A estimativa é que sejam necessários recursos da ordem de R$ 30 bilhões ao longo de três anos, que, em contrapartida, devem gerar entre 500 mil a 1 milhão de empregos.

Além de ser um start essencial para o reaquecimento da economia – que deve experimentar um rombo de pelo menos 1,8% do Produto Interno Bruto, ou cerca de R$ 150 bilhões até o ano que vem –, a iniciativa possibilitaria também a modernização da estrutura logística nacional, um dos grandes gargalos para a competitividade da indústria brasileira.

Trata-se de um grande desafio, tanto de recursos financeiros quanto de gestão, mas a necessidade da superação da crise atual pode ser o empurrão necessário para enfim tirar os obstáculos à duplicação da “Rodovia da Morte” mineira, levar o sistema de transporte para o século XXI e criar bases para o resgate da economia nacional.

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