Um em cada quatro lares brasileiros é sustentado – em parte ou totalmente – por pessoas acima dos 60 anos, seja por meio de salário ou de aposentadoria recebidos. Os idosos são também o grupo que mais contrata empréstimos pessoais, respondendo por 22% das operações realizadas no país. Um universo nada desprezível, se levarmos em conta que, somente em julho passado, em mais de 4 milhões de domicílios do país uma pessoa havia solicitado crédito a instituições financeiras.
Esta é uma realidade que tende a se acentuar num momento em que 13 milhões de brasileiros estão desempregados e que torna ainda mais preocupante o alerta da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) de que as tentativas de golpes financeiros contra idosos cresceram 60% durante a pandemia.
Uma das práticas que mais têm se intensificado é o golpe do falso motoboy – cujo número de ocorrências aumentou 65% no período. Nele, o estelionatário se passa por funcionário de banco e liga para avisar sobre uma suposta clonagem do cartão da vítima, que é orientada a quebrá-lo e entregá-lo aos golpistas. Para conquistar a confiança da vítima, dados pessoais são garimpados em redes sociais e outras fontes que os clientes, por desconhecimento ou negligência, deixam disponíveis na internet.
Descuidar-se dos dados financeiros e pessoais em comunicações eletrônicas aumenta o risco para os bancos e afeta diretamente o custo do crédito. E o fato de as instituições financeiras desenvolverem uma campanha de conscientização especialmente para o público acima dos 60 anos demonstra o perigo de se negligenciar o valor e a importância desse segmento da população brasileira.
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